Para o PT, Cunha é criminoso contumaz, Lula, um homem probo alvo de injustiça e perseguição

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Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, terá o mandato cassado por quebrar o decoro parlamentar ao mentir em depoimento voluntário na CPI da Petrobras. Que a cassação será marcada por revanchismo político todos sabem, até porque a esquerda nacional precisa vingar o impeachment de Dilma Rousseff. Mais uma vez o UCHO.INFO afirma que não se trata de defender a inocência de Cunha, até porque essa é uma tarefa impossível, mas de cobrar isonomia ao se tratar dos fatos que fazem a política nacional enfrentar uma hemorragia moral.

Eduardo Cunha negou ser titular de contas bancárias no exterior, mas caiu em desgraça quando a Operação Lava-Jato descobriu que o peemedebista era usufrutuário de um trust, figura jurídica utilizada para a gestão de patrimônio, mas que em muitos casos serve para esconder dinheiro ilícito. Diferentemente do que afirmou o relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), que conquistou os quinze minutos de fama a que todo ser humano tem direito, um trust nem de longe é uma conta bancária. O que não invalida a condição de usufruto dos dividendos decorrentes da administração de bens e valores.

Em inflamado discurso na tribuna da Câmara, a deputada Moema Gramacho (PT-BA), deixou explícito o revanchismo da cassação do mandato, como se o seu partido pudesse dar lições de moral. Aos berros, Gramacho pediu que os deputados presentes à sessão votassem em respeito ao povo brasileiro, o mesmo que o PT desrespeito ao saquear os cofres da Petrobras no decorrer de uma década.

Sem ao menos conhecer o assunto sobre o qual discorreu, Moema Gramacho disse que Cunha era beneficiário do trust, o que não configura crime, desde que o patrimônio gerido tenha origem lícita. E caberá ao Supremo Tribunal Federal decidir acerca desse tema.

Ao PT, assim como aos partidos da esquerda tupiniquim, Eduardo Cunha é a materialização terrena do demônio, apenas porque deu sinal verde ao processo que culminou com o impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff. O deputado alvo do processo afirma de forma reiterada que não é titular de contas bancárias no exterior, como de fato não é, mas admite ter transferido parte do seu patrimônio ao trust. Se Cunha diz a verdade não se sabe, mas ele garante que sim.

Em outro vértice da crise ética que sacode o Brasil está o petista Luiz Inácio da Silva, responsável primeiro pelo maior esquema de corrupção da história da humanidade. Mesmo assim, Lula é considerado pelos “companheiros” uma espécie de reencarnação de Jesus, fadado a sofrer a perseguição deflagrada pelos opositores, vistos pelos esquerdistas como Judas Iscariotis.


Cunha é usufrutuário de um trust suíço, por isso, na opinião dos esquerdistas, é um criminoso que merece perder o mandato. Lula é não apenas usufrutuário do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, mas acusado de ser o verdadeiro dono do imóvel, mas é alvo da perseguição do juiz Sérgio Moro.

Cunha é acusado de torrar dinheiro de corrupção em hotéis e restaurantes luxuosos no exterior, por isso a cassação do seu mandato é necessária. Lula colocou duas das maiores empreiteiras do País para erguer um puxadinho chique (sic) no tal sítio, por isso é um incompreendido que precisa recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Cunha é acusado de usar o cargo de presidente da Câmara para adiar ao máximo o desfecho que a sociedade tanto cobra. Por isso seu mandato deve ser cassado. Lula usa sua influência decadente e advogados caros para tentar procrastinar as investigações que poderão levá-lo à cadeia. Por isso o petista diz ser vítima da elite golpista.

Cunha registrou carros de luxo em nome da empresa Jesus.com, por isso deve ser banido da vida política. Lula, que acredita ser Deus, transferiu R$ 1,3 milhão do seu instituto para a empresa de um dos seus filhos, à sombra de prestação de serviços simulada, por isso ele deve voltar ao poder em 2018.

Cunha é um delinquente político porque sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, comprou produtos caros em lojas de grife localizadas em cidades europeias, mas Lula é um injustiçado apenas porque a ex-primeira-dama, Marisa Letícia, exigiu a instalação de uma cozinha moderna e luxuosa no sítio em Atibaia (a conta ficou a cargo da OAS).

Corrupção é crime e não cabe interpretação filosófica do tema, até porque não se pode querer dourar a pílula ou esconder a luz do Sol com a peneira. Resta saber se o PT, partido que já foi comparado a uma organização criminosa, aceita aplicar às malandragens de Lula o mesmo critério de avaliação e julgamento dispensado às trampolinagens de Eduardo Cunha. Em caso positivo, pode-se dizer que o Brasil deu o primeiro passo rumo à seara da coerência. Do contrário, prevalece o dito popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

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