Depois da histórica derrota nas urnas das eleições municipais, algo que está sendo considerado como duro posicionamento da sociedade contra a corrupção sistêmica e a incompetência deliberada, o PT, como esperado, ressurgiu da ressaca eleitoral com discurso pronto para condenar as autoridades que enfrentam corruptos e corruptores.
Deputado federal pelo PT de São Paulo, Carlos Zarattini subiu à tribuna da Câmara, na tarde desta terça-feira (4), para criticar a Operação Hidra de Lerna, da Polícia Federal, que cumprindo ordem judicial realizou busca e apreensão no diretório do partido na Bahia, com direito a invasão do local nas primeiras horas da manhã.
Zarattini, mais um ventríloquo do cipoal de desculpas petistas, disse que os policiais invadiram o diretório do partido, em Salvador, quando não havia funcionários e destruíram computadores. Se a PF cometeu excesso, como sugeriu o deputado do PT, que as autoridades apurem o ocorrido, mas é difícil imaginar que algo tenha acontecido além do que determina a legislação vigente,
A Hidra de Lerna investiga um grupo criminoso responsável pela eventual prática de financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia, inclusiva a do governador Rui Costa (PT), e por fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.
O parlamentar do PT também criticou duramente a Operação Lava-Jato, acusada de, no vácuo das investigações, ter levado à falência algumas das empresas envolvidas no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Além disso, o deputado afirmou que a operação da PF foi responsável por recuo de 1,5% do PIB. Com essas palavras, Zarattini deu a entender que seria melhor aceitar a roubalheira para manter o PIB intacto. Não custa lembrar que o Produto Interno Bruto não precisou de ajuda extra para encolher, bastando apenas a devastadora incompetência da “companheira” Dilma Rousseff.
Quando estavam a saquear os cofres da Petrobras e de outras estatais, corruptos e corruptores não pensaram nas consequências, apenas no dinheiro fácil que entrava de forma criminosa e continuada. Como a resposta das urnas dada do PT foi muito mais dura do que o esperado, os brasileiros de bem que se preparem, pois sobrarão discursos desconexos e enfadonhos.
Zarattini reclamou do perfil longevo da Lava-Jato ao afirmar que as investigações parecem não ter fim. É importante destacar que a operação policial que desmontou o esquema de corrupção comandado pelo PT durará o tempo necessário para punir os envolvidos de acordo com o que determina a legislação.
A estratégia de criticar a Lava-Jato tem um objetivo conhecido, que é, de alguma maneira, reduzir a chance de Lula, o “comandante maior da propinocracia”, acabar atrás das grades. O próprio ex-presidente da República vinha adotando esse modelo discursivo, mas decidiu pulverizar a tarefa, assim como aconteceu com a cantilena do “golpe”, que naufragou nas urnas de mãos dadas com o PT e a esquerda nacional.
