Requião critica policiais por mortes na Cidade de Deus e diz que queda de helicóptero foi “operação desastrada”

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Não é novidade que o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) cultiva posições tão heterodoxas quanto polêmicas. Fã incondicional do finado ditador Hugo Chávez, apoiador do tiranete Nicolás Maduro e bolivariano convicto, o senador criticou furiosamente a morte de sete pessoas na comunidade Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, após queda de um helicóptero da PM fluminense.

As causas do acidente que matou os quatro ocupantes ainda não foram reveladas, mas não está descartada a hipótese de a aeronave ter sido atingida por disparados feitos por traficantes da região, apesar de as primeiras informações darem conta que não há nos restos do helicóptero marcas de tiros.

O senador chama de “bárbaro” o crime que resultou na morte das vítimas, todos com antecedentes criminais e aparentemente envolvidos com o tráfico, mas minimiza a morte dos policiais, consideradas um “mero acidente” em meio a uma “operação desastrada”. Requião mostra-se enfurecido com as críticas que recebeu por solidarizar-se com os rapazes mortos e demonstrar pouca preocupação com o infortúnio dos policiais militares.


A pífia manifestação de Roberto Requião é quase uma repetição do episódio protagonizado pela apresentadora Fátima Bernardes, da TV Globo, muito criticada nas redes por apresentar, em seu programa, situação hipotética em que destaca um policial levemente ferido e um traficante gravemente ferido. Os participantes do programa são induzidos a dizer que o traficante deveria receber atendimento preferencial. A própria Fátima observa que o traficante poderia ser uma “vítima da sociedade”.

Se a situação apresentada por Fátima Bernardes é hipotética, as críticas do senador referem-se a uma situação real. E a fúria de Requião com as críticas que recebeu por minimizar a morte dos policiais militares e sua sensibilidade aguçada com relação à morte dos rapazes é enorme. O parlamentar comemora, no entanto, que aqueles que supostamente o apoiaram seriam em “número muito maior que os boçais que o criticaram”.

Requião cita Umberto Eco para afirmar que a internet abriu espaço para que pessoas “absolutamente desqualificadas possam dizer as asneiras que lhes vem à cabeça”. A opinião dos eleitores sobre as posições do senador certamente virá nas próximas eleições. Até porque, um estado da importância do Paraná, no âmbito da federação, não merece um representante do naipe do Roberto Requião, que nas plagas das araucárias é conhecido popularmente como “Maria Louca”, o político que come mamona para provar o próprio desvario.

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