Defensora da tese de que impeachment é golpe, Gleisi Hoffmann agora cobra o impedimento de Temer

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Exigir coerência dos políticos brasileiros é tarefa hercúlea, talvez uma missão impossível, como sempre afirma o UCHO.INFO. Isso porque na seara política nacional prevalece a tese nada patriótica da “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Durante o processo de impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff – que Deus a mantenha por bom tempo em Porto Alegre –, a tropa de choque da petista entoou de forma cansativa a cantilena do golpe. Uma das defensoras do golpismo, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) parece que não se recorda do que dizia até meses atrás e nos dias atuais quer o mesmo para o presidente Michel Temer, que cada vez mais enrola-se nos escândalos da confusa equipe de governo.

Que Gleisi não prima pela coerência todos sabem, mas cobrar o impeachment de Michel Temer é delinquência intelectual ou amnésia de conveniência. Afundando de forma sequencial na lama do Petrolão, ré na Operação Lava-Jato por corrupção, na mira da Operação Custo Brasil e alvo de novo inquérito do STF para apurar recebimento de propina, a senadora paranaense não é a pessoa mais adequada para lições de moral ou para cobrar a derrubada de um governante.

Gleisi tomou o caso envolvendo o demissionário Geddel Vieira Lima para embasar sua sandice discursiva, que não encontra respaldo legal, pelo menos por enquanto. A parlamentar petista deveria se preocupar com a própria defesa, já que é grande a possibilidade de passar uma temporada atrás das grades, mas seu no momento é defender algo que até recentemente era golpe na opinião dos camaradas.


Mas impeachment não era golpe? Ao que parece, impeachment só é golpe quando o alvo é membro do PT, o partido que acertadamente já foi comparado a uma organização criminosa. Quando na mira estão partidos e políticos adversários, o impedimento é eivado pela legalidade. Afinal, o PT pediu o impeachment de todos os presidentes, não alinhados ideologicamente, que tomaram posse no Brasil desde 1990: Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

De tal modo, o pedido de impeachment contra Michel Temer – enquanto ainda repercute a gritaria ensandecida dos comunistas Gleisi Hoffmann, Vanessa Graziottin e Lindbergh Farias sobre o golpe – é no mínimo uma situação patética, para economizar palavras.

Gleisi, que vem enfrentando seguidos constrangimentos por seu envolvimento no maior esquema de corrupção de todos os tempos, alega que Michel Temer prevaricou ao tentar ajudar Geddel Vieira Lima na busca de uma solução para um embargo do Iphan à construção de um edifício luxuoso na orla de Salvador.

Ora, se foi golpe o impeachment de Dilma Rousseff – que protagonizou as pedaladas fiscais, quebrou o País, trouxe de volta a inflação e o desemprego e presidiu o período de maior corrupção da história da República –, a acusação contra Temer deveria ser encaminhada ao tribunal de pequenas causas. O que não significa que a atitude do presidente passa longe da transgressão.

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