Previdência: Temer exclui servidores estaduais e municipais da reforma; equipe econômica minimiza decisão

Infelizmente, os políticos brasileiros preocupam-se com a população apenas em época de eleição. Fora desse período, dedicam-se ao fisiologismo escandaloso, a mesmo tempo em que fingem cuidar dos interesses dos cidadãos e do País.

O Brasil continua mergulhado na mais grave crise da sua história, fruto da incompetência dos governos petistas, mas a solução para o problema está no ajuste fiscal e na eficácia dos investimentos oficiais, além do continuo combate à corrupção.

Entre as medidas de estímulo à economia está a reforma da Previdência Social, projeto enviado pelo governo do presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, onde encontrou a resistência dos parlamentares. Deputados e senadores passaram a tecer severas e repetidas críticas ao projeto, sem levar em conta que, se nada for feito imediatamente, em no máximo quinze anos a Previdência consumirá 60% do orçamento federal.

Depois da pressão dos parlamentares, que não querem enfrentar nas urnas a ira dos eleitores, o presidente da República anunciou, na terça-feira (21), que a reforma da Previdência contemplará os cidadãos comuns e os servidores federais, deixando de fora os funcionários públicos estaduais e municipais. Em ambos os casos, o assunto será tratado por governadores e prefeitos.

Em discurso o Palácio do Planalto, ao lado de vários políticos, Temer disse que tomou a decisão após seguidas reuniões com lideranças da Câmara e do Senado nos últimos dias. Nos encontros, de acordo com o presidente, “surgiu com grande força” a ideia de que a União deveria respeitar a autonomia dos Estados e municípios, fortalecer o “princípio federativo” e fazer com que a reforma atingisse apenas servidores federais. Em suma, arrumaram uma desculpa esfarrapada para descaracterizar o projeto de reforma da Previdência.


“Vários Estados já providenciaram sua reformulação previdenciária. Seria uma relativa invasão de competência e não queremos neste momento levar adiante”, disse, citando como exemplo categorias de policiais civis e professores. “Funcionários estaduais e municipais, de forma geral, dependerão da manifestação de seus governos estaduais e municipais”, declarou Michel Temer.

O presidente voltou a dizer que a aprovação da reforma da Previdência é imprescindível para a retomada do crescimento econômico do País, o controle das contas públicas e a geração de novos empregos.

“Estou passando para o relator (Artur Maia – PPS-BA) e para o presidente da comissão – Carlos Marun (PMDB-MS) -, que logo amanhã transmitirão que, a partir de agora, trabalham com a previdência apenas para servidores federais”, declarou Temer. “Desde os primeiros momentos da nossa posse, dissemos que queríamos respeitar o princípio federativo. Reitero essa intenção”, completou;

A equipe econômica afirma que a mudança no projeto da reforma da Previdência não compromete os planos do governo nem o ajuste fiscal, mas a decisão não foi recebida nos bastidores do poder central. Muitos consideraram o recuo do governo como uma sonora derrota da equipe econômica.

Com a mudança, políticos deixam de enfrentar nos estados os protestos de policiais civis e professores, além da gritaria da oposição colérica no Congresso. E livrar-se desses dois abacaxis não tem preço.

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