JBSgate: na tentativa de evitar o pior, presidente Michel Temer começa a tropeçar na mentira

Alvo do mais recente escândalo da política brasileira, o peemedebista Michel Temer, presidente da República, deveria parar de dar explicações caso queira deixar o cargo sem uma notória pecha de corrupto.

No afã de dar mais uma desculpa para justificar o sinistro encontro com Joesley Batista, presidente do Grupo JBS, o presidente disse que aceitou conversar com o empresário por acreditar que o mesmo trataria sobre a Operação Carne Fraca, que desbaratou um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários do Minstério da Agricultura e dirigentes e funcionários de frigoríficos.

Fora da agenda oficial da Presidência da República, o encontro entre Temer e Joesley aconteceu no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, enquanto que a Operação Carne Fraca foi deflagrada dez dias depois, em 17 de março. Ou seja, se não for vidente, Michel Temer está a se enrolar cada vez mais no JBSgate.

A esfarrapada desculpa foi dada em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, na qual Temer tentou justificar um encontro marcado por crimes de ambas as partes (presidente e empresário). A diferença entre um e outro é que Temer deveria ter dado voz de prisão a Joesley, que por sua vez agia de forma premeditada com base no bilionário propinoduto que manteve durante anos.


“Mas veja bem. Ele é um grande empresário. Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da Carne Fraca. Eu disse: ‘Venha quando for possível, eu atendo todo mundo’”, afirmou Temer à Folha.

O cipoal de desculpas de Michel Temer é tão pífio e escandaloso que poderá levá-lo ao cadafalso da derrocada política. Também ao diário paulistano, o presidente da República foi além ao afirmar que “num primeiro momento” desconhecia o fato de que Joesley Batista era investigado, embora a JBS tenha sido alvo de três operações recentes do Ministério Público Federal e da Polícia Federal – a “Cui Bono?”, a “Sespis” e a “Greenfield”.

Alvo de inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar crimes de corrupção, associação criminosa e obstrução à Justiça, Michel Temer tenta passar à opinião pública uma inocência que não convence.

Se realmente desconhecia o fato de que Joesley Batista é investigado pela Polícia Federal, Temer ou está a presidir um país que os brasileiros desconhecem ou não tem competência para estar em um cargo que exige atenção e bom assessoramento.

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