Toffoli e Fux perdem a vergonha e propõem a Temer escambo espúrio em troca de reajuste de salário

O status de “paraíso do faz de conta” do Brasil consolida-se dia após dia, sem que haja por parte da população qualquer tipo de reação para que esse movimento seja interrompido. A inércia da sociedade parece ser alimentada pela conivência.

Há muito enfrentando o crescente descontentamento da opinião pública nacional, o Judiciário brasileiro – exceto a porção que vem condenando os criminosos flagrados pela Operação Lava-Jato – parece viver à margem da dura realidade do País, como se os graves problemas que afligem a população simplesmente não existissem.

Na noite de quinta-feira (23), os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), reuniram-se com o presidente Michel Temer para encontrar uma saída que garantisse o aumento salarial dos magistrados. Ao presidente da República os ministros propuseram uma troca: abririam mão do escandaloso auxílio-moradia, que é pago inclusive para os magistrados proprietários de imóveis, desde que o governo garanta o aumento de 16,38% no Judiciário.

O auxílio-moradia, apesar de encontrar respaldo na Lei Orgânica da Magistratura, é um escárnio, se considerado o fato de que o País ainda luta para se desvencilhar dos efeitos colaterais da mais grave crise econômica da sua história. Ademais, trata-se de uma imoralidade, pois o auxílio-moradia é considerado como complemento salarial, sobre o qual não incide os impostos devidos.


Muitos magistrados brasileiros são proprietários de imóveis, mas não hesitam na hora de embolsar o dinheiro do benefício. Em alguns casos a imoralidade ultrapassa todas as barreiras, já que casais de juízes recebem em duplicidade o auxílio-moradia. É o caso do juiz Marcelo Bretas, responsável por ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.

Em relação ao reajuste dos salários dos ministros do STF, os integrantes da Corte deveriam ter doses mínimas de bom senso para pleitear algo tão absurdo em meio a uma crise econômica sem precedentes.

Além disso, os ministros da Corte, que tantas mordomias têm à disposição, assumir uma cota de sacrifício para ajudar o País a sair do atoleiro, principalmente porque o reajuste salarial do STF tem efeito cascata no funcionalismo público.

O STF, como vem reiterando o UCHO.INFO, é uma instituição importante para a democracia e, portanto, deve ser preservada, mas a atual composição da Corte, preservada algumas exceções, merece ser criticada com a devida responsabilidade e contundência.