George W. Bush não convidou Bolsonaro para encontro, afirma assessor do ex-presidente americano

O desespero de Jair Bolsonaro em relação à geração de algum fato positivo chega a ser patético, mas é compreensível diante do esfacelamento de um governo que é marcado por tropeços, recuos e bizarrices ideológicas protagonizadas por ministros, assessores e apaniguados.

Após desistir de viajar a Nova York, onde seria homenageado com o título de “Personalidade do Ano”, concedido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, Bolsonaro acionou sua assessoria para transferir o local do evento. Com a atuação de apoiadores nos Estados Unidos, o presidente brasileiro conseguiu que a homenagem fosse realizada em Dallas, no Texas.

Para dar ares de importância a uma viagem desnecessária e custosa ao contribuinte brasileiro – outras tantas foram realizadas por seus antecessores – Jair Bolsonaro anunciou que teria encontro com o ex-presidente George W. Bush, texano ilustre.

Acontece que Bolsonaro não informou previamente a Bush sobre sua visita a Dallas, assim como não informou sobre sua intenção de encontrar o ex-inquilino da Casa Branca.


“Ao contrário de algumas reportagens, o presidente Bush não esteve envolvido nos arranjos da viagem e não estendeu o convite para (Bolsonaro) vir a Dallas”, afirmou o assessor Freddy Ford, em resposta ao questionamento da jornalista Lúcia Guimarães, da revista Veja.

“Mas claro que ele (Bush) concordou em se encontrar com o presidente Bolsonaro em seu escritório quando soube de sua visita à cidade – uma cortesia que ele regularmente estende aos dignatários estrangeiros quando estão nesta região”, acrescentou Ford, que assessora o ex-presidente Bush.

Encontros entre chefes e ex-chefes de Estado seguem rígidos e extensos protocolos, especialmente no que se refere a datas, locais, e temas a serem discutidos. Esses cuidados são acompanhados também da preocupação com a segurança, algo que nos Estados Unidos é levado a sério.

Ainda acreditando que o mundo deve se curvar diante de si, Jair Bolsonaro deve se preparar para novos vexames como o que enfrentou em Dallas. Ninguém é obrigado a receber um chefe de Estado ou de governo que sequer comunica com antecedência suas intenções. O presidente brasileiro por certo crê que o improviso do seu cotidiano é regra universal.