Ao menos dois foguetes atingiram, na quarta-feira (8), a chamada “Zona Verde”, região fortemente protegida de Bagdá, capital do Iraque, onde estão localizados vários edifícios governamentais e missões diplomáticas, entre os quais a embaixada dos Estados Unidos.
Uma fonte do Ministério do Interior iraquiano, que pediu anonimato, confirmou à agência de notícias Efe a queda de dois projéteis provavelmente disparados por um sistema de lançadores múltiplos Katyusha. Um dos foguetes caiu a cerca de 100 metros da embaixada dos EUA. Até o momento não há, porém, relatos de vítimas ou danos materiais.
Trata-se do terceiro ataque do tipo nos últimos cinco dias no centro de Bagdá, alvo de foguetes nos últimos sábado e domingo. Um dos ataques lançados no passado final de semana deixou feridos cinco civis que estavam em uma casa próxima à “Zona Verde”.
Os dois foguetes foram lançados cerca de 24 horas após Teerã lançar mísseis contra duas bases militares que abrigam tropas americanas no Iraque e horas depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, discursar na Casa Branca e anunciar novas sanções econômicas contra o Irã.
Trump sinalizou que não pretende aprofundar os confrontos militares com o Irã e disse que o país persa “parece estar baixando o tom, o que é uma coisa boa para todas as partes envolvidas e uma coisa muito boa para o mundo”.
O presidente americano voltou a afirmar que não pretende deixar o Irã obter armas nucleares, advertindo o regime de Teerã a não lançar mais operações militares nem patrocinar ações terroristas na região, mas não fez nenhuma ameaça direta de uso da força militar para punir os iranianos pelo ataque contra as bases iraquianas usadas por forças americanas.
No final de semana, o presidente chegou a afirmar que poderia bombardear 52 alvos no Irã, incluindo bens culturais, caso Teerã respondesse militarmente à operação americana que matou o general iraniano Qasem Soleimani.
Como noticiou o UCHO.INFO na edição de quarta-feira (8), os discursos de Trump e do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, mostram que a crise no Oriente Médio está muito distante do fim. Além disso, o apelo de Trump para que os signatários do acordo nuclear com o governo de Teerã reavaliem suas posições não surtiu efeito, pelo menos por enquanto. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já anunciou que o Reino Unido não deixará o tratado assinado em 2015 pelo G5+1. (Com agências internacionais)