Twitter e Facebook suspenderam, nesta sexta-feira (24), as contas de políticos, ativistas, blogueiros e empresários que apoiam, o presidente Jair Bolsonaro e são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito inquérito das fake news, que investiga disseminação de notícias falsas e ataques e ameaças a ministros da Corte e seus familiares. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Supremo e por ambas as redes sociais.
A suspensão se deu em decorrência de ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, aberto pelo presidente do STF, Dias Toffoli, por ato de ofício. Em comunicados, as redes sociais citam apenas que a suspensão se deu por força de decisão judicial do STF.
No Twitter, 17 contas foram suspensas, entre as quais elas estão as dos blogueiros Allan Lopes dos Santos e Bernardo Pires Kuster. Também foram suspensas as contas dos empresários Luciano Hang (Havan) e Edgard Gomes Corona (SmartFit), da ativista extremista Sara Giromini e do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson. No Facebook, 12 contas foram suspensas.
Entre os apoiadores de Bolsonaro que tiveram as contas suspensas pelas redes sociais estão Edson Pires Salomão, assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), Eduardo Fabris Portella, Enzo Leonardo Suzi Momenti, Marcelo Stachin, Marcos Domingues Bellizia, Rafael Moreno, Paulo Gonçalves Bezerra, Rodrigo Barbosa Ribeiro, o empresário Otávio Fakhoury, Reynaldo Bianchi e Winston Rodrigues Lima.
A ordem para o Twitter suspender as contas foi dada por Moraes em 27 de maio, mas a plataforma não cumpriu a decisão, o que levou o magistrado a fixar prazo de 24 horas para o cumprimento da decisão.
O ministro Alexandre de Moraes ressaltou, na decisão, que a suspensão das contas era necessária para interromper os “discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional democrática”.
Um dos alvos da ordem judicial, o empresário Otávio Fakhoury disse que a sensação é de estar “com as mãos amarradas e a boca fechada por esparadrapos”. “A manifestação do ministro mostra sua vontade de interromper as vozes das pessoas. Qual discurso de ódio é esse? Meu tuíte em que pedi o impeachment de Gilmar Mendes? Isso é pedir a saída de alguém não é discurso de ódio”, afirmou Fakhoury.
Os extremistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro alegam censura quando criticam a decisão do ministro do STF, mas confundem liberdade de expressão, um direito constitucional de qualquer cidadão, com liberdade para cometer crimes.
Se o objetivo dos radicais bolsonaristas é mudar o status quo, que o façam por meio das regras legais vigentes no País, principalmente através da política, não à sombra de calúnias, ofensas e ameaças. Esses endinheirados empresários que despejam polpudas quantias para atear “fogo no circo”, por certo mudarão de ideia quando descobrirem que podem ser vítimas da própria pregação.
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