Chefe do Centro de Inteligência do Exército morre de Covid-19; tese de Bolsonaro é que só viris vencem a doença

 
Chefe do Centro de Inteligência do Exército (CEI), o general de brigada Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira morreu nesta terça-feira (8) em decorrência da Covid-19. O militar estava internado no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília.

Natural de Fortaleza, no Ceará, Sydrião foi nomeado para a chefia do CIE em julho de 2019. Recentemente, o general representou o Exército na delegação, liderada pelo ex-presidente Michel Temer, que foi ao Líbano em missão de apoio após a forte explosão ocorrida em 4 de agosto no porto de Beirute, que deixou quase 200 mortos, mais de 6 mil feridos e cerca de 300 mil desabrigados.

Dias antes da tragédia ocorrida na capital libanesa, Bolsonaro, durante à cidade gaúcha de Bagé, disse que para vencer a Covid-19 era preciso coragem, como se o destemor de alguém que contraiu a doença pudesse intimidar o novo coronavírus.

“Eu estou no grupo de risco. Agora, eu nunca negligenciei. Eu sabia que um dia ia pegar. Infelizmente, acho que quase todos vocês vão pegar um dia. Tem medo do quê? Enfrenta!”, declarou o presidente, que insistem em externar sua irresponsabilidade genocida.

 
Em março, durante um dos seus condenáveis passeios por Brasília, o presidente da República sugeriu a seus aduladores que é preciso ser corajoso e viril para derrotar o vírus SARS-CoV-2. “Enfrenta a doença como homem, pô, não como moleque”, afirmou Bolsonaro.

Em 22 de maio passado, em novo destampatório envolvendo a Covid-19, Bolsonaro, ao se aproximar dos apoiadores que se aglomeravam à porta do Palácio da Alvorada, voltou a minimizar as mortes provocadas pela Covid-19. “Lamento as mortes, mas é a realidade. Todo mundo vai morrer aqui. Não vai sobrar nenhum aqui. (…) E se morrer no meio do campo, urubu vai comer ainda”, vociferou o chefe do Executivo.

“Ninguém está zombando com mortes não. É a realidade. Agora pouco ligou um colega do Rio de Janeiro: ‘minha mãe acabou de falecer’. É a nossa vida. Daqui a pouco é natural, né, a minha mãe de 93 anos vai embora. É a vida. É a vida, porra. Não façam teatro em cima disso”, completou.

Pelo fato de insistir no uso da palavra coragem em suas declarações, como se fosse um traço da sua personalidade, Bolsonaro deveria telefonar para os familiares do general Sydrião e dizer que o chefe do CEI foi covarde e não demonstrou virilidade diante do novo coronavírus. Não sem antes solicitar à viúva do militar que deixe de “fazer teatro”.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.