Após recontagem manual de votos, Georgia confirma vitória do democrata Joe Biden

 
Autoridades eleitorais da Georgia confirmaram, na quinta-feira (19), a vitória do democrata Joe Biden no estado após completarem a recontagem manual de votos. Biden obteve 2.475.141 votos (49,5%) à frente do presidente americano, Donald Trump, com 2.462.857 (49,3%), de acordo com a Secretaria de Estado da Georgia, autoridade eleitoral do estado.

A recontagem na Georgia, determinada após resultados não oficiais mostrarem Biden vencendo Trump por cerca de 14 mil votos, terminou com Biden vencendo por 12.284, segundo as autoridades eleitorais do estado, que devem certificar a vitória nesta sexta-feira (20). Biden tornou-se assim o primeiro democrata a vencer na Georgia desde Bill Clinton, em 1992.

O secretário de Estado divulgou a contagem depois de um tribunal federal de Atlanta, capital da Georgia, rejeitar mais uma ação movida pela campanha de Trump, visando atrasar a certificação (oficialização) dos resultados.

Assim, espera-se que o estado sulista oficialize esses resultados nesta sexta-feira, o que confirmará a designação de seus 16 delegados do Colégio Eleitoral para Biden.

Como a diferença de votos é inferior a 0,5% na Georgia, a lei eleitoral do estado permite que a campanha de Trump solicite até a próxima terça-feira uma nova recontagem, desta vez mecânica.
No total do país, o democrata obteve 306 delegados, muito acima dos 270 necessários para se eleger presidente, enquanto Trump conseguiu 232.

Acusações infundadas

Donald Trump reclamou repetidamente da recontagem manual na Georgia, fazendo acusações sem provas e criticando o secretário de Estado, a mais alta autoridade eleitoral local, o republicano Brad Raffensperger, que recebeu ameaças de morte. “A falsa contagem que está acontecendo na Georgia não significa nada, porque eles não permitem que as assinaturas sejam examinadas e verificadas”, alegou o presidente esta semana através do Twitter.

Na quinta-feira, após realizar videoconferência bipartidária sobre a pandemia do novo coronavírus com dez governadores americanos, Joe Biden chamou a tentativa de Trump de reverter os resultados da eleição presidencial de “totalmente irresponsável”.

 
“Isso envia uma mensagem horrível sobre quem somos como país”, disse o presidente eleito, chamando Trump de “um dos mais irresponsáveis presidentes da história americana”, devido à recusa em iniciar os preparativos para a transição de poder.

Embora juristas vejam o último esforço de Trump como algo improvável de ser bem-sucedido, eles dizem que a estratégia é um assalto sem precedentes às instituições democráticas do país por um presidente.

A campanha de Trump já pediu a um juiz na Pennsylvania, onde Biden venceu por 82 mil votos, para declarar Trump o vencedor no estado e permitir que a câmara local, controlada pelos republicanos, escolha os 20 delegados do estado para o Colégio Eleitoral.

Tintura de cabelo no rosto

Vários escritórios de advocacia proeminentes abandonaram os recursos legais da campanha de Trump, deixando Rudolph Giuliani, advogado pessoal do presidente dos EUA, à frente dos fracassados esforços.

Giuliani disse que planeja abrir mais processos judiciais e que os democratas estão envolvidos em uma “conspiração nacional” para manipular os totais de votos, embora ele tenha admitido não ter nenhuma evidência da acusação. Outros membros de sua equipe jurídica lançaram uma teoria envolvendo a Venezuela e George Soros.

A performance agitada de Giuliani, com tinta de cabelo misturada a suor escorrendo pelo rosto, foi amplamente ridicularizada pelos democratas. Outros expressaram alarme. “Aquela entrevista para a imprensa foi a mais perigosa 1 hora e 45 minutos de televisão na história americana”, tuitou Christopher Krebs, que chefiou a agência de segurança cibernética dos EUA, liderando os esforços para combater a desinformação das eleições, até ser demitido por Donald Trump no início desta semana. (Com agências internacionais)

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