Cúpula do governo tenta blindar Bolsonaro, mas admite desgaste político com prisão de Crivella

 
O preocupante despreparo político de Jair Bolsonaro sempre foi alvo de alertas do UCHO.INFO, que durante a corrida ao Palácio do Planalto, em 2018, destacou a falta de competência e estofo do atual presidente da República para cargo de tamanha relevância e responsabilidade. Os últimos dois anos serviram para comprovar nossas afirmações, já que nesse período desfilou sua pouca habilidade para a política. Aliás, vale destacar, durante 28 anos o presidente, enquanto deputado federal, não conseguiu siar do chamado “baixo clero”.

Alertado sobre o perigo de apoiar alguns candidatos nas recentes eleições municipais, que levaram ao Palácio do Planalto o sabor amargo de muitas candidaturas fracassadas, Bolsonaro agora se vê às voltas com os efeitos colaterais da prisão do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), acusado de idealizar e liderar um esquema de corrupção, batizado de “QG da Propina”.

Para Bolsonaro, o desgaste político decorrente da prisão de Crivella é inevitável, obrigando assessores palacianos a se movimentarem na direção de um plano para blindar o presidente da República, que apoiou de forma deliberada o prefeito afastado do Rio de Janeiro em sua desastrada tentativa de reeleição. Crivella tinha um alto índice de rejeição junto ao eleitorado carioca, mas mesmo assim Bolsonaro decidiu apostar suas fichas no candidato do Republicanos.

 
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Não obstante, dois dos filhos de Bolsonaro – Flávio e Carlos – migraram para o Republicanos sob as bênçãos de Crivella. O presidente ainda não se manifestou após a deflagração da operação policial que prendeu o alcaide carioca e seus principais comparsas, mas não causará surpresa se Bolsonaro, atualmente sem legenda, procurar um partido para se filiar, com direito a levar a tiracolo os filhos.

Vice-presidente da República, Antônio Hamilton Mourão minimizou os efeitos da prisão de Crivella ao dizer que o episódio em si não afeta o governo e se trata de “questão policial”. “O governo não tem impacto nenhum, pô. Não tem nada a ver com a gente. Sem impacto, zero impacto”, disse Mourão aos jornalistas.

Questionado pela imprensa se não é preciso considerar o apoio de Bolsonaro a Crivella na eleição municipal, o vice insistiu em minimizar os efeitos da operação policial, como se não existisse vínculo entre o presidente e o prefeito afastado do Rio de Janeiro. “A gente apoia tanta candidatura aí, pô, não tem nada a ver.”

Diz a sabedoria popular que “a necessidade não tem limite”, mas ignorar o óbvio é inaceitável para alguém que, queira ou não, está entranhado na vida política do País. Mourão pode ter sido escalado para colocar “água fria na fervura”, porém é preciso reconhecer que no caso de Crivella a derrota de Bolsonaro foi dupla: primeiro na eleição, depois na prisão.

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