Vice-presidente dos Estados Unidos, o republicano Mike Pence descartou nesta terça-feira (12) a possibilidade de acionar a 25ª Emenda à Constituição para afastar Donald Trump do cargo. O assunto veio à baila depois que Trump incentivou a invasão do Capitólio, na fracassada tentativa de impedir a confirmação formal da vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 3 de novembro passado.
A decisão de Pence foi comunicada em carta endereçada à presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. “Não acredito que tal curso de ação seja do melhor interesse de nossa nação ou consistente com a Constituição”, escreveu o vice-presidente dos EUA, que ignorou o prazo de 24 horas dado pelos democratas para que decidisse sobre o assunto.
A decisão de Pence abre caminho para a Câmara aprovar nesta quarta-feira (13) o impeachment de Trump, que também necessita da aprovação do Senado.
No segundo pedido de impeachment que enfrentará, Trump será acusado de “incitação à insurreição”. Na Câmara, uma maioria simples de 218 votos é suficiente para aprovar o pedido – ou menos, se houver ausências no plenário. Os democratas contam com 222 cadeiras. Ou seja, a aprovação na Câmara é garantida.
Apesar da corrida contra o tempo, já que o mandato de Trump termina ao meio-dia de 20 de janeiro próximo, a tramitação do processo de impeachment poderá continuar depois dessa data. A aprovação do processo serviria para deixar Trump inelegível, enterrando de vez seu plano de concorrer à Casa Branca em 2020.
Para afastar o presidente são necessários os votos de dois terços dos senadores. Isso significa que ao menos 17 senadores republicanos teriam de votar a favor do processo. Não será surpresa se os senadores aprovarem o impeachment de Trump, já que os republicanos querem vê-lo distante da legenda.
No contraponto, os correligionários de Trump temem a reação dos insanos apoiadores do ainda presidente americano, os mesmos que protagonizaram cenas de vandalismo no Capitólio, episódio que deixou cinco mortos e dezenas de presos.
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