Governo retomou tributação sobre cilindros que armazenam gases medicinais antes do caos em Manaus

 
Dias antes de os hospitais de Manaus, capital do Amazonas, entrarem em colapso por falta de oxigênio para os pacientes internados com Covid-19, o governo do presidente Jair Bolsonaro elevou o imposto de importação sobre os cilindros usados no armazenamento de gases medicinais.

Os produtos gozavam de isenção tributária desde o início de 2020, quando o Ministério da Economia adotou medidas emergenciais para facilitar o combate à pandemia do novo coronavírus. Agora, enquanto o presidente Jair Bolsonaro recorre ao negacionismo criminoso e à irresponsabilidade genocida, a pasta comandada por Paulo Guedes retomou a tributação sobre os cilindros para oxigênio, como mostra resolução publicada pela Câmara de Comércio Exterior.

Considerando que a maioria desses produtos são importados, muitas empresas brasileiras deixaram de adquirir os cilindros para gases medicinais, comprometendo o fornecimento dos produtos considerados essenciais no tratamento de pacientes com Covid-19. Se antes da retomada da tributação um cilindro custava R$ 1.000,00, em razão da alta do dólar, com o retorno do imposto de importação o preço saltou para R$ 1.600,00.

 
O Brasil tem dois fabricantes de reservatórios para gases medicinais, mas a maior parte da produção é destinada à exportação. Ao País resta importar o produto, em especial da China, mas as taxas de câmbio inviabilizaram as compras dos cilindros.

O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) afirma em nota que em relação às reduções tarifárias para auxiliar no combate à Covid-19 segue as recomendações do Ministério da Saúde, a quem compete tratar do assunto em âmbito nacional.

Nesta sexta-feira (15), em mais uma demonstração de ignorância e despreparo, Bolsonaro disse que o governo está fazendo o que pode para auxiliar as unidades de saúde da capital amazonense. “A gente está sempre fazendo o que tem que fazer, né? Problema em Manaus: terrível o problema lá, agora nós fizemos a nossa parte, com recursos, meios”, declarou o presidente da República, que tenta fugir à responsabilidade.

A Bolsonaro falta coragem para demitir o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que chegou ao comando da pasta por ser especialista em logística. Se alguém que tem expertise em logística deixa de tomar decisões urgentes e necessárias para salvar vidas, o mínimo que se pode esperar é exoneração e responsabilização criminal. Contudo, como o presidente é frouxo e o brasileiro aceita de bom grado o “faz de conta”, a tragédia tende a aumentar.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.