O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou, na quinta-feira (11), que discutirá com os senadores se há necessidade ou não de apurar, por meio de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), as ações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
“Essa questão da comissão parlamentar de inquérito, que foi requerida pelo senador Randolfe Rodrigues [Rede-AP], com a assinatura de outros senadores, deve ser avaliada agora à luz de todas essas explicações que foram dadas pelo ministro [Eduardo Pazuello, da Saúde]. Eu vou conversar com todos os líderes partidários e com outros senadores para avaliarmos sobre a conveniência e a pertinência de se instalar a CPI ou não neste momento”, afirmou Pacheco.
O parlamentar destacou a importância do debate que ocorreu na quinta-feira (11) com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ao tentar explicar o inexplicável aos senadores chegou a mentir e a contrariar A Advocacia-Geral da União (AGU).
“Eu considero que foi uma reunião satisfatória, proveitosa. Nós temos que, a partir dela, conversar com os senadores para identificar como o Congresso Nacional, como o Senado Federal, pode contribuir, não só aprovando o orçamento necessário para o enfrentamento da pandemia, mas como pode contribuir com a formatação da legislação cabível para que a concretização da imunização do povo brasileiro aconteça no ano de 2021”, declarou Rodrigo Pacheco.
O presidente do Senado disse ter convicção de que Pazuello possa cumprir a meta anunciada durante a sessão – de vacinar toda a população até o final do ano. Pacheco também declarou que não pode “haver descaso, desleixo, falta de estratégia”.
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“Eu preciso confiar no ministro da Saúde quando ele faz essas afirmações, à luz de critérios técnicos, de informações que ele possui no dia a dia do enfrentamento da pandemia, das negociações que têm sido feitas pelo governo federal com os laboratórios que fabricam as vacinas. Eu preciso confiar na informação de que haverá por parte do governo federal a realização dessa imunização, metade até o meio do ano e a segunda metade até o final do ano”, disse.
A CPI da Covid só não será instalada se por omissão do presidente do Senado ou se ocorrer um golpe no Legislativo, já que o pedido de criação da referida Comissão Parlamentar de Inquérito cumpre as exigências regimentais da Casa legislativa. Além disso, o desempenho de Pazuello durante depoimento serviu para dar munição extra ao pedido de criação da CPI.
Caso a CPI da Covid seja instalada, o governo do presidente Jair Bolsonaro estará na “linha de tiro” durante alguns meses, pois o prazo inicial de funcionamento da comissão é de 90 dias, prorrogável por igual período. Como a CPI terá a corrida presidencial de 2022 como pano de fundo, o País que se prepare para um “tiroteio político” intenso e com direito a extremismos de todos os lados.
Sobre a possibilidade de politização da CPI, algo que tem acontecido de forma escancarada e repetida ao longo dos anos, o presidente do Senado disse que isso precisa ser evitado. “O que não pode haver, que foi a mensagem do ministro da Saúde, é uma politização com fins eleitorais. Isso definitivamente não podemos permitir que exista no Brasil neste momento”, afirmou Pacheco.
Apesar desses detalhes quase sórdidos, a inoperância do governo no combate à pandemia do novo coronavírus deve ser apurada e os responsáveis punidos de acordo com a lei. Considerando que o escambo político está em marcha acelerada no Congresso, a CPI deve ser criada e instalada, pois será mais uma via para os apoiadores de Bolsonaro cobrarem a contrapartida. (Com informações da Agência Senado)
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