MP pede ao TCU que suspenda troca no comando da Petrobras até que decisão de Bolsonaro seja analisada

     
    Procurador do Ministério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, entrou com representação para que a Corte determine, cautelarmente, que a Petrobras se abstenha de realizar qualquer atividade relacionada à troca no comando da empresa. O pedido destaca que a estatal deve aguardar julgamento do TCU sobre eventual interferência do presidente Jair Bolsonaro na companhia.

    O Conselho de administração da Petrobras está reunido nesta terça-feira (23) para analisar a troca de Roberto Castello Branco, atual presidente e indicado ao posto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, diretor-geral da margem brasileira da Itaipu Binacional e indicado por Bolsonaro.

    A representação do procurador Lucas Furtado pede ao TCU análise da decisão de Bolsonaro de zerar impostos federais incidentes sobre combustíveis (PIS, Cofins e Cide) sem apontar a forma de compensação da renúncia fiscal. Como citou o UCHO.INFO em matéria anterior, a medida anunciada pelo presidente da República viola a Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige compensação tributária em caso como o previsto.

     
    Furtado ressaltou no documento que as medidas tomadas pelo presidente Bolsonaro são indícios de “sobreposição de interesses particulares com fins eleitoreiros ao interesse público e desvio de finalidade do ato administrativo, com ofensa aos princípios constitucionais da legalidade e da moralidade”. Em outras palavras, confirmando matéria deste portal, Bolsonaro é refém dos caminhoneiros e não quer contrariar a categoria como forma de blindar seu projeto de reeleição.

    “Fazendo-se presentes, no caso ora em consideração (…) determine V. Ex.ª, o Plenário do TCU ou o relator desta representação, em caráter cautelar, que a Petrobras se abstenha de realizar qualquer atividade relacionada ao comando da empresa, em especial relacionada a troca de pessoas no posto de presidente da estatal, até que o Tribunal decida sobre o mérito da questão”, conclui o procurador na representação.

    Há limitações para o TCU julgar a conduta de Bolsonaro no caso da Petrobras, já que o julgamento das contas do governo é de competência do Congresso Nacional.

    Porém, medidas tomadas pelo presidente da República no caso específico da Petrobras podem ser analisadas em procedimento específico, pois há entendimento de que a troca no comando de uma estatal deve ocorrer sem causar prejuízos à própria empresa e sem despertar a desconfiança do mercado financeiro e dos investidores.

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