Em manifestação misógina, Eduardo Bolsonaro diz que deputadas são “portadoras de vagina” e será processado

 
Reza a sabedoria popular que “quem sai aos seus não degenera”. Em alguns casos é necessário substituir “degenera” por “regenera”. Dessa forma, a frase passa a ter a seguinte redação; “Quem sai aos seus não regenera”. Ou seja, a mesmice impera, impedindo a evolução do herdeiro. É o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que segue as trilhas do pai, o presidente Jair Bolsonaro, que sempre cultivou o discurso misógino.

É importante recordar que Bolsonaro, o presidente, enquanto parlamentar, disse em discurso no plenário da Câmara dos Deputados que não estupraria a deputada petista Maria do Rosário por que a petista não merece.

Maria do Rosário deixava o plenário após discurso em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, quando Bolsonaro começou a gritar: “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”.

A parlamentar petista processou o agora presidente da República, que por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi condenado a pagar indenização de R$ 20 mil e a pedir desculpas publicamente à deputada do Rio Grande do Sul.

Nesta quinta-feira (8), fazendo eco aos discursos misóginos do pai, Eduardo Bolsonaro atacou as mulheres que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) ao dizer que elas são portadoras de vagina”.

 
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou que ingressará contra o filho do presidente no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. “Ele agrediu todas as parlamentares, inclusive as do partido dele”, disse Joice.

Deputadas de todas as legendas assinarão a representação contra Eduardo Bolsonaro. As parlamentares também preparam representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo, alegando que o filho de Jair Bolsonaro ultrapassou os limites da imunidade parlamentar e que tal manifestação pode ser enquadrada como crime comum.

A afirmação descabida e torpe foi escrita por Eduardo Bolsonaro no Twitter, ao publicar vídeo da CCJ em que o deputado Éder Mauro (PSD-PA) discute com a deputada petista Maria do Rosário (PT-RS) e diz que a petista precisa de “um médico” porque “não para de falar”.

“Parece, mas não é a gaiola das loucas, são só as pessoas portadoras de vagina na CCJ sendo levadas a loucuras pelas verdades ditas pelo Dep. @EderMauroPA 1.000°”, escreveu o filho do presidente da República em rede social.

Indignada com o episódio, Joice Hasselmann disparou: “Quando eu acho que é impossível se espantar com essa gente, eu me surpreendo. Porque eles são capazes de causar espanto em qualquer criatura que tenha o mínimo de decência”.

Faz-se necessário ressaltar que muito estranhamente o clã presidencial, como um todo, faz questão de esbanjar masculinidade e virilidade, sem que sejam questionados a respeito, mas muitos dos seus integrantes parecem ter problemas de convivência com o sexo oposto. Talvez seja o caso de recorrer a um bom psicólogo ou a um chaveiro especialista em armários.

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