Morre no Rio de Janeiro, aos 96 anos, o sambista Nelson Sargento, vítima de Covid-19

 
Morreu nesta quinta-feira (27) no Rio de Janeiro, aos 96 anos de idade, vítima de Covid-19, o sambista Nelson Sargento, que estava internado desde o dia 20 de maio no Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Presidente de honra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, o sambista chegou ao hospital com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Na ocasião, foi realizado teste de Covid-19, que deu resultado positivo, apesar de ele ter recebido as duas doses da vacina Coronavac.

No último sábado (22), Nelson Mattos, nome de batismo do sambista, foi transferido para a UTI por causa de piora do padrão ventilatório e hipertensão, respirando com auxílio de máscara de oxigênio. Sargento era matriculado no Inca desde 2005, quando foi diagnosticado com câncer de próstata, tratado na ocasião.

Na quarta-feira (26), o Inca informou, em nota, que o estado de saúde de Sargento era grave e inspirava cuidados. Nesta quinta, o Inca comunicou que “apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados”.

 
O apelido Sargento decorre da mais alta graduação que o sambista alcançou quando serviu ao Exército brasileiro. Nelson Sargento foi compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor. Ele compôs cerca de quatrocentas músicas.

Nascido em 25 de julho de 1924, Nelson Sargento saiu do Morro do Salgueiro aos 12 aos de idade para morar no Morro da Mangueira. Em 1955, em parceria com o famoso compositor da Mangueira, Alfredo Português, compôs o samba-enredo “Primavera”, também chamado “As quatro estações do ano”, considerado um dos mais belos sambas-enredo do carnaval.

Atualmente, o sambista morava na Tijuca. Sua música é conhecida nas Américas e até no Japão. Casado com Evonete Belizario Mattos, deixa seis filhos biológicos e três adotivos. Nelson Sargento é empresariado com exclusividade pela produtora Conexão Social Produções, cujos sócios são seu filho caçula, Ronaldo Mattos, e a nora, Lívea Mattos.

Entre os grandes sambas feitos por Nelson Sargento estão “Agoniza, mas não morre”, “Cântico à natureza”, “Encanto da paisagem”, “Falso amor sincero”, “Século do samba” e “Acabou meu sossego”.

Confira abaixo cantando “Agoniza, mas não morre”, na companhia da cantora e compositora Teresa Cristina:

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