O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é um criminoso de guerra, mas não aceita ser chamado dessa maneira. Talvez porque no seu pensamento ainda predomina a tese de que a guerra na Ucrânia é uma “operação militar especial”, nome dado pelo líder russo à maior catástrofe humanitária desde a Segunda Grande Guerra (1939-1945).
Nesta segunda-feira (21), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou ter convocado o embaixador dos Estados Unidos, John Sullivan, para lhe dizer que as declarações do presidente americano, Joe Biden, ao chamar o homólogo russo de criminoso de guerra levaram as relações entre os dois países à beira do colapso.
Na última semana, Biden disse que Putin é um criminoso de guerra por enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia, que mergulhou em uma guerra sem ao menos ter provocado o invasor.
“Tais declarações do presidente americano, indignas de um estadista de tão alto escalão, colocam as relações russo-americanas à beira da ruptura”, afirmou o ministério russo em comunicado.
Antes da manifestação da chancelaria, o governo russo havia classificado os comentários como insultos pessoais a Putin, que, goste ou não, é um criminoso.
O ministério também informou a John a Sullivan que ações hostis contra a Rússia teriam uma “resposta decisiva e firme”. A afirmação do ministério em nada muda a postura do Ocidente em relação a Vladimir Putin, que insiste em bombardear áreas civis na Ucrânia.
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Na verdade, o líder russo “estica a corda” da guerra na esperança de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reaja. Tropas russas bombardearam cidades na fronteira com a Polônia, situação que, se levada adiante, pode culminar em uma guerra de grandes proporções. Como Putin precisa convencer a opinião pública russa de que tomou a decisão certa, o pior ainda está por vir.
O Departamento de Estado dos EUA não confirmou a convocação, mas a secretária de Estado adjunta, Wendy Sherman, disse em entrevista à MSNBC que o comunicado da Rússia “apenas mostra o quão desesperado o presidente Putin está se tornando”.
Em 24 de fevereiro, Putin enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia, na esperança de reduzir a capacidade militar do país vizinho e erradicar pessoas que chama de nacionalistas perigosos.
As forças ucranianas têm apresentado resistência contra as forças russas e o Ocidente impôs sérias e abrangentes sanções econômicas à Rússia e aos oligarcas que frequentam o Kremlin, em claro esforço conjunto para forçar Vladimir Putin a deixar a Ucrânia, que está parcialmente destruída.
O John embaixador Sullivan afirmou nesta segunda-feira (21) que os cidadãos americanos na Rússia não puderam ter acesso a serviços consulares, de acordo com a porta-voz do governo dos EUA, Jen Psaki. É por meio dos serviços consulares que o governo de um país tem acesso aos seus cidadãos em território estrangeiro.
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