Ministro da Educação entrega cargo a Bolsonaro, que foi convencido por aliados a aceitar demissão

 
O escândalo de corrupção que chacoalha o Ministério da Educação obrigou o presidente Jair Bolsonaro a aceitar a ideia de afastar Milton Ribeiro do comando da pasta. O caso dos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, ligados a Ribeiro e que cobravam propina para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tornou-se insustentável e passou a interferir na campanha de Bolsonaro pela reeleição.

Na última quinta-feira 24), durante enfadonha transmissão pela internet, o presidente da República disse não ver nada demais na atuação dos pastores e que “bota a cara no fogo” por Milton Ribeiro. Enquanto tentava segurar o ministro no cargo, até porque reconhecer o escândalo seria admitir atos de corrupção no governo, Bolsonaro passou a ser pressionado pela ala política do Palácio do Planalto, que defende a exoneração de Ribeiro.

O ministro da Educação, por sua vez, colocou nesta segunda-feira (28) o cargo à disposição de Bolsonaro para não desgastar ainda mais um governo pífio e evitar mais danos ao projeto de reeleição do presidente.

 
A grande questão que se coloca é de que forma Milton Ribeiro será apeado do cargo. Parte da bancada evangélica no Congresso Nacional, que lavou as mãos diante do escândalo, defende a demissão imediata do ministro. Por outro lado, Bolsonaro tenta encontrar uma saída honrosa para Ribeiro, que não tem como alegar que desconhecia a atuação criminosa dos pastores.

A ideia que ganha força no entorno do presidente é anunciar que Ribeiro se afastará temporariamente do comando da Educação para se dedicar à sua defesa. É difícil compreender de que maneira o ministro se defenderá, já que foto sua aparece nos exemplares da Bíblia que eram vendidas à força aos prefeitos interessados na liberação de verbas do FNDE. A editora responsável pela publicação dos exemplares da Bíblia comentada (sic) é de propriedade do pastor Gilmar Silva dos Santos.

A queda de Milton Ribeiro, que deveria ser despejado do ministério tão logo o escândalo veio à tona, só não aconteceu antes por interferência de Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente.

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