Parte da cúpula do PSDB insiste no nome de Eduardo Leite como candidato do partido à Presidência

 
O lançamento do filme “O Presidente Improvável”, que retrata a trajetória de Fernando Henrique Cardoso, reuniu na noite de segunda-feira (28), em São Paulo, conhecidas lideranças políticas. Após a exibição do documentário, um assunto predominou as conversas: a sucessão presidencial.

Entre os tucanos, a ausência de João Dória Júnior foi comentada por muitos, pois o governador paulista credita a FHC, segundo interlocutores, o calvário que vem enfrentando para se consolidar como presidenciável do PSDB.

Publicamente, Fernando Henrique defende o respeito ao resultado das prévias do partido, enquanto Dória não esboça qualquer reação mais enfática em relação ao ex-presidente da República.

O governador de São Paulo trabalha nos bastidores do tucanato para tentar isolar o grupo que defende o nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como candidato do partido ao Palácio do Planalto.

O plano de João Dória é impor o rótulo de “golpista” ao grupo formado por Tasso Jereissati, José Aníbal, Aécio Neves e Pimenta da Veiga. O senador José Serra, que ainda não se manifestou sobre o tema, é a aposta do grupo de Dória para confirmar a candidatura.

No lançamento do filme de FHC, o ex-senador José Aníbal não pensava duas vezes antes de afirmar a quem o questionava sobre o assunto que o candidato do PSDB à Presidência é Eduardo Leite.

 
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O grupo que faz oposição ao ainda governador de São Paulo (ele deixa o cargo na quinta-feira, 31 de março) defende a tese de que a convenção nacional, a ser realizada em julho, é a instância máxima do partido para definir candidatos, ou seja, a candidatura de Dória corre o risco de não ser oficializada. Os integrantes do grupo afirmam ser necessário decidir por uma candidatura mais competitiva.

Para se ter ideia da resistência ao nome de Dória dentro do partido, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) já defendeu uma chapa encabeçada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) e com um candidato a vice tucano.

Leite, que foi derrotado nas prévias tucanas, ensaiou uma mudança para o PSD na esperança de concorrer à Presidência, mas decidiu ficar no PSDB após apelos de caciques da legenda. O governador gaúcho anunciou sua decisão na segunda-feira (28), como noticiamos, mas afirmou que deixará o Palácio Piratini nos próximos dias com o objetivo de disputar algum cargo eletivo. A ideia fixa de Leite é ser candidato à Presidência da República.

Dória, que não escapa às nossas críticas, tem razão ao defender o respeito aos resultados das prévias partidária, principalmente porque Eduardo Leite aceitou as regras por ocasião da disputa.

O governador de São Paulo está a colher aquilo que plantou, ou seja, discórdia. Uma das suas primeiras investidas ao acreditar que tinha o controle do partido foi trabalhar pela expulsão de Aécio Neves do PSDB. Considerando que Aécio, goste-se ou não do deputado mineiro, tem mais traquejo político, o plano de João Dória fracassou.

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que chegou ao posto com o apoio de Dória, ainda não se manifestou publicamente sobre o respeito aos resultados das prévias. É importante lembrar que a Executiva nacional do partido, composta por 32 membros, já impôs destacadas derrotas ao governador de São Paulo.

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