PGR é contra investigar Bolsonaro no escândalo da Educação, mas Ribeiro e pastores podem “soltar a voz”

 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (19), ser contra a inclusão do presidente Jair Bolsonaro (PL) como investigado no inquérito sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação, esquema criminoso revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

O parecer da vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, ligada à família Bolsonaro, foi enviado a pedido da ministra Cármen Lúcia, relatora da investigação no STF, que cobrou posicionamento sobre a situação do presidente após representações de partidos de oposição.

Inicialmente, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou que fossem investigados apenas o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, prefeitos e pastores envolvidos no esquema de cobrança de propina para liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Braço direito de Aras, a vice-procuradora da República alega não haver elementos para colocar inserir Bolsonaro no rol de investigados ou para a abertura de apuração paralela. Lindôra Araújo argumenta que, caso surjam indícios de envolvimento do presidente em eventuais irregularidades, ele poderá ser incluído como alvo do inquérito.

 
“Semelhantes elementos não são suficientes para inclusão do representado [Bolsonaro] como investigado pelos eventos em questão, eis que não apontam indícios da sua participação ativa e concreta em ilícitos penais”, diz um trecho do documento.

Não é novidade que a Procuradoria-Geral da República decide de acordo com os interesses do Palácio do Planalto, mas no caso em pauta a situação de Bolsonaro poderá piorar sobremaneira se os pastores decidirem contar o que sabem sobre o esquema durante depoimentos no âmbito da investigação.

Ademais, vale ressaltar, Milton Ribeiro foi abandonado à própria sorte pelo presidente da República, responsável por pedir ao então ministro que priorizasse os pedidos feitos pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura.

Considerando a hipótese de Ribeiro chegar a um acordo de colaboração premiada, o que significa “soltar a voz”, Bolsonaro terá sérios problemas pela frente. A não ser que o Palácio do Planalto faça com o ex-ministro da Educação o mesmo que fez com Abraham Weintraub, que também comandou a pasta: arrume uma sinecura no exterior.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.