Guedes delira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, e diz que a inflação “já tinha que estar descendo”

 
Ainda ministro da Economia e sonhando com a permanência no cargo caso o presidente da República seja reeleito, Paulo Guedes foi a Davos, na Suíça, para tentar ludibriar os participantes do Fórum Econômico Mundial, que não mais acreditam nas falácias produzidas por um governo inepto e totalitarista.

Guedes disse nesta quinta-feira (26) que inflação oficial no Brasil, atualmente em 12,5%, chegou ao topo e “está atrasada”, “já tinha que estar descendo, vai descer já já”.

Na opinião do ministro, a inflação no Brasil baixará mais rapidamente do que nos países desenvolvidos. Guedes avançou em seu delírio discursivo e afirmou que enquanto outros países estarão em recessão, o Brasil ingressará no terreno do crescimento econômico.

Como destacou o UCHO.INFO em matéria anterior, até mesmo aliados do governo reconhecem que o valor do salário mínimo vigente (R$ 1.212,00) é uma “mentira”, uma “ilusão para o povo brasileiro”. Ratificando o que afirmamos, falar em crescimento econômico em um país onde dois terços da mão de obra recebem menos de R$ 2 mil mensais é querer minimizar a tragédia com a qual convivemos.

Sem se preocupar com a realidade dos fatos, Paulo Guedes, que se autointitula defensor do liberalismo econômico, disse que o Brasil foi um dos primeiros países a combater a inflação e que o objetivo a partir de agora é reduzir os preços dos combustíveis.

Na verdade, a questão envolvendo os preços dos combustíveis só está na pauta porque tem produzido consideráveis estragos no projeto de reeleição de Jair Bolsonaro. A redução dos preços dos combustíveis não é um processo simples e depende de aprovação da diretoria da Petrobras, que está prestes a ter o Conselho de Administração mudado por pressão do chefe do Executivo.

 
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Aos participantes do Fórum o ministro omitiu que um decreto publicado pela própria equipe, em abril, tornou mais lenta a aprovação dos novos conselheiros da Petrobras, entres os quais o presidente da companhia, que Bolsonaro quer trocar mais uma vez.

Com as novas regras, o processo de aprovação dos indicados à diretoria da petrolífera tornou-se mais complexo e moroso, o que significa que a mudança no comando da empresa pretendida pelo governo poderá acontecer somente no segundo semestre. A informação foi divulgada pela jornalista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”.

Na esteira da substituição dos diretores e conselheiros da Petrobras, o governo pretende mudar o estatuto da empresa para substituir a política de preços. Isso também depende da aprovação dos conselheiros, entre os quais os representantes dos acionistas minoritários.

Como já informamos, com base em dados divulgados companhia em abril de 2022, o governo detém 50,30% das ações da Petrobras com direito a voto. Consideradas todas as ações, o governo 28,7% de participação acionária. O BNDES e o BNDESpar juntos têm 7,9%. Isso significa que 63,40% das ações da Petrobras estão nas mãos de investidores privados (nacionais e estrangeiros), que devem ter seus direitos respeitados.

Voltando a Guedes… Ao ser questionado sobre as queixas dos governadores, o ministro da Economia respondeu que os Estados receberam “uma fortuna fabulosa” do governo federal. Disse também que “o governador que reclama ou é despreparado para a função ou um ingrato”. Sobre ser “despreparado para a função” o ministro é especialista no assunto.

Em tom messiânico, a exemplo do que faz o presidente da República, Paulo Guedes encerrou sua fala afirmando: “A história vai nos julgar, a barbaridade, a injustiça, a militância com que estamos sendo julgados”.