Número de mortos por chuvas em Pernambuco chega a 128; bombeiros encerram buscas

 
Equipes de resgate encerraram nesta sexta-feira (3) as buscas por vítimas das enchentes e deslizamentos de terra em Pernambuco, depois de encontrarem o corpo da última pessoa dada como desaparecida, elevando o número de mortos para 128, de acordo com as autoridades.

Em meio à chuva incessante que voltou com força na madrugada desta sexta-feira, os socorristas resgataram o corpo de uma mulher de 43 anos em Camaragibe. O corpo foi localizado por um cão de resgate em meio a escombros e lama que enterraram a casa onde ela vivia.

“Hoje encerramos as buscas por desaparecidos. Quero transmitir minha solidariedade aos familiares das 128 vítimas e informá-los que decretamos luto oficial de três dias, em sua memória”, disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Entre os mortos estão 32 crianças.

Câmara também anunciou uma ajuda de R$ de 1,5 mil para cada uma das 82 mil famílias que tiveram as casas destruídas no desastre.

Mais de 9 mil desabrigados

As chuvas em Pernambuco começaram no dia 22 de maio, mas intensificaram-se no dia 28, quando ocorreu a tragédia. No total, 51 municípios foram atingidos, a maioria na região metropolitana de Recife. O bairro Jardim Monteverde, na capital pernambucana, foi um dos mais atingidos e onde foi registrado o maior número de mortes.

 
De acordo com a última contagem da Defesa Civil, 9.302 pessoas perderam suas casas e estão em 111 abrigos improvisados em escolas, quadras desportivas e igrejas em 27 cidades.

Outros Estados, como Alagoas, Sergipe e Maranhão, também sofrem com as chuvas.

Em fevereiro, 233 pessoas morreram em decorrência de enchentes e deslizamentos de terra na cidade histórica de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Populismo criminoso

Na última segunda-feira (30), após sobrevoar a região metropolitana de Recife, o presidente Jair Bolsonaro conversou com os jornalistas e, mais uma vez, deixou evidente o seu despreparo para lidar com episódios trágicos, como o ocorrido em Pernambuco.

A reboque da sua conhecida incompetência, Bolsonaro mostrou-se insensível ao afirmar que a população poderia ajudar não construindo em locais de risco. E ousou fazer comparações com outras tragédias recentes, o que confirma a inépcia de um governo pífio e populista.

“O que a gente observa é a ocupação irregular do solo. Você vai para uma região, tipo Petrópolis, muito acidentada… A gente lamenta o ocorrido, mas parece que aquilo iria acontecer chovendo acima do normal. Não foi diferente no grande Recife, em Jaboatão, apesar de ter um terreno menos acidentado que Petrópolis, os estragos se fizeram presentes. Sabemos das dificuldades e a responsabilidade é de todos nós para ajudar essas pessoas a conseguir um local para morar, compatível e seguro”, declarou.