FBI faz operação de busca e apreensão em resort de Donald Trump na Florida

 
Ex-presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (8) que o FBI realizou operação de busca e apreensão no seu resort privado em Palm Beach, na Flórida, conhecido como Mar-a-Lago.

De acordo com fontes anônimas, a investigação está relacionada à investigação sobre caixas de arquivos confidenciais que o ex-presidente levou para a sua residência após deixar a Casa Branca.

Até o início da noite, o FBI e o Departamento de Justiça se recusaram a cometar oficialmente sobre a operação. A ação – ordenada por tribunal para procurar evidências de crime – é profundamente incomum para um ex-presidente e representa um momento histórico da relação de Trump com o Departamento de Justiça, dentro e fora da Casa Branca. A medida exigiria aprovação de funcionários de alto escalão do governo.

A relação de Trump com o FBI foi marcada por desentendimentos desde o início do mandato, quando ele demitiu, em 2017, James Comey, então diretor do órgão e responsável por comandar investigações sobre integrantes da campanha do republicano e a suposta ligação com a Rússia. O atual diretor do FBI, Christopher A. Wray, foi nomeado para substituir Comey.

No comunicado, Trump afirma que a operação foi “sem aviso prévio” e não era “necessária ou apropriada”. O ex-presidente acusou, sem provas, os democratas de armarem o “sistema de justiça” contra ele. O ex-presidente dos EUA não informou na nota o que de fato os agentes do FBI buscaram na residência.

“Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, este ataque não anunciado em minha casa não foi necessário ou apropriado”, declarou Trump em comunicado.

“Eles até invadiram o meu cofre!”, acrescentou. “Qual é a diferença entre isso e Watergate, onde agentes invadiram o Comitê Nacional Democrata? Aqui, ao contrário, os democratas invadiram a casa do 45º Presidente dos Estados Unidos.”

 
Segundo assessores, Donald Trump não estava no resort quando a busca foi realizada. Ele passa o verão com a família em Bedminster, seu resort de golfe no Estado de New Jersey.

A devolução das 15 caixas com informações confidenciais foi solicitada pelos Arquivos Nacionais dos EUA durante meses, mas Trump só devolveu o material ao ser ameaçado de ação judicial.

A ação apontou haver indícios de que Trump teria violado a Lei de Registros Presidenciais, que exige a preservação de memorandos, cartas, notas, e-mails, faxes e outras comunicações escritas relacionadas às funções de um presidente.

“A Lei de Registros Presidenciais é fundamental para nossa democracia, na qual o governo é responsabilizado pelo povo”, disse o arquivista dos Estados Unidos, David S. Ferriero, em um comunicado em fevereiro.

Os assessores do ex-presidente afirmaram que as caixas continham lembranças de sua presidência. Entretanto, eles também afirmam que o ex-presidente se tornou conhecido durante todo o mandato por rasgar material oficial, que deveria ser mantido para arquivos do governo.

A assessoria do presidente Joe Biden soube da ação do FBI a partir de informações divulgadas no Twitter e não foi informada previamente. Funcionários do Alto Escalão da Casa Branca viram a notícia por meio do comunicado do ex-presidente, divulgado pouco antes das 19 horas (horário local).


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