Covarde e incompetente, Bolsonaro usa relatório de auditoria contratada pelo PL para armar a cena do golpe

 
Quase quatro anos de um governo pífio, corrupto, totalitarista e marcado por populismo barato e constantes ameaças à democracia. A partir desse cenário tosco, emoldurado pela covardia recorrente do mandatário, Jair Bolsonaro alimentou a possibilidade de conquistar mais um mandato, mesmo ciente do desastre generalizado que foi sua gestão.

Desde a campanha de 2018, o UCHO.INFO afirma que Bolsonaro é um golpista convicto e capaz de a qualquer momento dar um “cavalo de pau” na democracia. Empacado nas pesquisas eleitorais, o presidente tem usado recursos do criminoso “orçamento secreto” para alugar a consciência dos integrantes da base aliada e engrossar o coro bandoleiro contra o sistema eleitoral.

Há dias, durante vergonhosa participação no funeral da rainha Elizabeth II, em Londres, Bolsonaro disse aos convertidos que se aglomeraram diante da representação diplomática brasileira ser impossível não vencer no primeiro turno. As pesquisas de opinião confiáveis apontam que o ex-presidente Lula poderá vencer no primeiro turno, ou seja, o oposto do que vocifera o atual inquilino do Palácio do Planalto.

Como destacamos em matéria anterior, a turba bolsonarista tem usado a violência política para espalhar o medo e impulsionar o índice de abstenção. Somente assim a disputa pela Presidência da República será decidida em segundo turno.

Nas últimas horas, Lula recebeu apoio e declaração de voto de importantes representantes do meio jurídico, como Joaquim Barbosa, Nelson Jobim, Celso de Mello e Carlos Velloso, todos ministros aposentados e ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista também aguarda manifestação favorável de Carlos Ayres Britto, que integrou e presidiu o STF.

Bolsonaro continua alimentando a ideia delirante de que é a versão dos trópicos de Donald Trump, quando na verdade não passa de versão mambembe bufão que agora enfrenta a Justiça norte-americana por causa de fracassada tentativa de golpe.

Disposto a chegar aos extremos, Jair Bolsonaro tem se dedicado, juntamente com os golpistas de plantão, a elaborar o plano para contestar os resultados das eleições. Temendo a possibilidade de a disputa ser resolvida no primeiro turno, Bolsonaro aposta suas fichas no relatório de uma consultoria contratada pelo PL para contestar a segurança das urnas eletrônicas.

 
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Preâmbulo do golpe

Divulgado nesta quarta-feira (28) pela legenda, o documento de duas páginas, batizado de “resultado da auditoria de conformidade do PL no TSE”, destaca que “o quadro de atraso encontrado no TSE” gera “vulnerabilidades relevantes” e pode resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais. “Com grave impacto nos resultados das eleições”, ressalta o documento encomendado pelo partido.

Quem contrata um parecer não o faz para ter resultado que contraria os próprios interesses. Em suma, o relatório em questão foi elaborado de forma a permitir que Jair Bolsonaro e o PL contestem os resultados das urnas, caso a derrota se confirme em qualquer dos turnos (primeiro e segundo).

Em nota, o TSE declarou que o relatório divulgado pelo PL traz afirmações falsas e mentirosas, sem qualquer amparo na realidade. O presidente da Corte eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou que o documento seja enviado para o inquérito das “fake news” para a devida apuração da responsabilidade criminal dos autores. A Corregedoria Eleitoral também apurará a responsabilidade do PL e de seus dirigentes em desvio de finalidade no uso de recursos do fundo partidário.

“As conclusões do documento intitulado “resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE” são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral, enfatiza a nota do TSE.

A súcia bolsonarista insiste em divulgar nas redes sociais a informação de que a vitória virá no primeiro turno. Em que pese o direito de os convertidos acreditarem no que for conveniente, não é preciso doses extras de raciocínio para interpretar um importante detalhe das pesquisas de opinião: o índice de aprovação do governo Bolsonaro. O percentual dos que classificam a gestão Bolsonaro como “ótima ou boa” se confunde com o contingente de eleitores que declaram voto no atual chefe do Executivo.

Ciente de que tirar das urnas um novo mandato é praticamente impossível, Bolsonaro agora cuida dos detalhes de uma confusão semelhante à ocorrida no Capitólio por ocasião da derrota de Trump, quando o Parlamento estadunidense foi invadido por criminosos guiados pelo republicano. As forças de segurança têm a incumbência constitucional de garantir a lei e a ordem. Isso significa que uma tentativa de golpe precisa ser sufocada logo nos primeiros movimentos, sob pena de o País mergulhar em uma crise sem precedentes.

Covarde contumaz e desprovido de estofo, Bolsonaro é um incompetente que não aceita o contraditório, muito menos algo que fira o seu ego totalitarista. Que as Forças Armadas não ultrapassem os limites da incumbência conferida pela Carta Magna.


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