Na pandemia, Bolsonaro falou em “país de maricas”, agora chora em evento com militares

 
Ao longo dos últimos quatro anos, principalmente, Jair Messias Bolsonaro insistiu em vender uma imagem de “macho alfa”, como se sua tão propalada macheza não fosse alvo de questionamentos e chistes. Aliás, a masculinidade frágil leva os intolerantes a atitudes como as de Bolsonaro, que certa feita disse que preferia o filho morto a vê-lo na companhia de outro homem. Talvez Freud explicasse essa projeção persistente.

Durante a pandemia, Bolsonaro por diversas vezes ignorou a dor das famílias dos brasileiros que tombaram diante do novo coronavírus e suas variantes, sendo em muitos momentos grosseiro e desumano, o que não foi novidade para quem acompanhou sua trajetória política.

Marcado pela torpeza, o desvario discursivo de Jair Bolsonaro é tamanho, que em dado momento, mais precisamente em novembro de 2020, quando a pandemia avançava sem piedade sobre a população, o ainda presidente ousou dizer que era preciso enfrentar a Covid-19 e que o Brasil não poderia ser um país de maricas.

“Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa?”, afirmou o inconsequente Bolsonaro.

 
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Enfurnado no Palácio da Alvorada desde que foi derrotado por Lula no segundo turno da corrida presidencial, Bolsonaro tem evitado compromissos oficiais, sob a alegação de que está com erisipela, doença que consiste em inflação da pele e passível de tratamento de uma a duas semanas, com uso de antibióticos.

Nesta segunda-feira (5), o presidente da República se emocionou e chorou durante evento militar no Clube Naval de Brasília. Ele e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, cumprimentavam oficiais que foram promovidos e suas mulheres em uma das tradicionais cerimônias de final de ano das Forças Armadas. Bolsonaro deixou o local da mesma forma que entrou, ou seja, calado.

Na opinião de muitas pessoas, o choro de Bolsonaro é um sinal de que ele assimilou a derrota eleitoral, mas o UCHO.INFO acredita que o estranho comportamento do presidente tem relação com os processos judiciais vindouros, em alguns casos com o risco de prisão.

Para quem disse que “não adianta fugir da realidade” e que o Brasil “tem que deixar de ser um país de maricas”, Bolsonaro revela uma frouxidão que não surpreende os leitores do UCHO.INFO, já que esse detalhe sempre foi alvo de nossas matérias, desde a campanha de 2018.


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