Na Band, economista André Lara Resende confirma matéria do UCHO.INFO sobre a elevada Selic

 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode se deixar levar pelo radicalismo de algumas decisões de integrantes do seu partido o PT, que, tudo indica, creem ser possível mudar a realidade do País com “canetadas”.

Como afirmamos em matéria anterior, a taxa básica de juro, a Selic, fixada atualmente em 13,75% ao ano, representa um enorme entrave à retomada da economia e impede o cumprimento de muitas das promessas de campanha de Lula.

As críticas do presidente da República à Selic e ao Banco Central servem para justificar antecipadamente um eventual fracasso da política econômica do governo, assim como a não implementação de programas sociais nos moldes anunciados.

Em 20 de janeiro de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 2,00% ao ano, taxa que prevaleceu desde agosto de 2020. Com o advento da pandemia do novo coronavírus e da guerra na Ucrânia, a taxa básica de juro entrou em rota da alta, inviabilizando investimentos por parte do governo, uma vez que a rolagem da dívida federal e a emissão de novos títulos do Tesouro Nacional ficaram mais caras.

Ao manter a Selic em 13,75% ao ano, o BC impossibilita o consumo, uma vez que o crédito torna-se proibitivo, e privilegia aqueles que apostam suas reservas no chamado “rentismo”. Em matéria anterior mencionamos a situação das grandes varejistas brasileiras, tirante a Americanas, que buscam alongar dívidas como forma de evitar o pior.

 
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O papel do BC, na condição de autoridade monetária, é conter a inflação, sendo que a elevação da taxa de juro é a ferramenta mais utilizada para esse fim. A questão é que a momentânea inflação brasileira não é reflexo do consumo, mas de fatores externos, das incertezas que pairam sobre a responsabilidade fiscal do governo e o estouro do teto de gastos, aviltado no governo anterior por interesses eleitoreiros.

Em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Band, levado ao ar no domingo (12), o economista André Lara Resende repetiu o nosso entendimento a respeito das críticas do presidente da República à taxa de juro.

“A economia brasileira precisa ser desaquecida neste nível? Com a taxa de juros real mais cara do mundo hoje? Claramente não”, disse Resende. “O fato é que tivemos uma quebra no varejo, no caso da Americanas e outras áreas deste setor enfrentam problemas, o que fez os bancos retraírem drasticamente o crédito. Quando temos uma contração como essa no crédito, se agrava o processo de desaquecimento da economia e embica numa recessão que pode ser muito séria”, emendou.

Aos entrevistadores da Band, o economista lembrou que cabe ao Banco Central controlar a inflação, promover a estabilidade do sistema financeiro e garantir o mais próximo possível do pleno emprego. “Obviamente que essa taxa de juros de 13,75%, 8% real, é incompatível com esses objetivos. Ela está errada.”

Não será com críticas do presidente Lula e resolução do PT com acusações à autoridade monetária que o Brasil sairá do atoleiro da crise econômica. É preciso diálogo e sensibilidade para que alcancemos um cenário favorável a todos os cidadãos, em especial aos mais necessitados.


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