Bolsonaro diz que retornará ao Brasil em março, mas possibilidade de prisão deve adiar decisão

 
Nesta terça-feira (14), em entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que voltará ao Brasil em março. Ainda refugiado na cidade de Orlando, no estado norte-americano da Flórida, Bolsonaro afirmou que seu retorno ao País será para liderar a direita, que, segundo ele, “não está morta”.

Em relação a liderar a direita, Bolsonaro terá de enfrentar concorrentes ao posto, já que alguns interessados começaram a se movimentar em silêncio logo após sua fuga para os Estados Unidos. Além disso, muitos dos seus apoiadores acabaram se decepcionando com os atos golpistas de 8 de janeiro, que terminaram com a destruição do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

Entre o que Bolsonaro ameaça fazer e a realidade dos fatos há uma distância colossal. Se o objetivo é realmente liderar a direita, o ex-presidente deveria ter ficado no Brasil e passado o cargo ao presidente Lula. Não o fez porque é um golpista nato que tenta camuflar sua conhecida incompetência com seguidas ameaças à democracia.

 
Alvo de diversos inquéritos e ações judiciais, Bolsonaro corre o risco de ser preso, já que muitos processos foram remetidos à primeira instância do Judiciário por não mais fazer jus ao foro privilegiado. Nesse cenário, um mandado de prisão pode surgir a qualquer momento. Basta ver o que aconteceu com o ex-presidente Michel Temer, preso no âmbito da Operação Lava-Jato após deixar a Presidência da República.

Senador pelo PL do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, o filho “01”, disse na última quinta-feira (9) que só Deus sabe as consequências de eventual prisão de Bolsonaro. “As consequências disso, só Deus sabe. Acho que seria uma burrice. Se vão para uma agressão ao Estado democrático de direito, tendo como vítima o Jair Bolsonaro, vão criar um grande mártir, vitimizar uma pessoa boa, que passou 4 anos sem denúncias de corrupção”, afirmou o parlamentar fluminense.

Flávio Bolsonaro tem garantido o direito à livre manifestação do pensamento, mas classificar como “burrice” uma eventual prisão do ex-presidente é subestimar a capacidade de raciocínio dos cidadãos. As ameaças à democracia, o negacionismo no âmbito da pandemia e o genocídio no território Yanomami apontam na direção de possível prisão. Sobre corrupção no governo anterior, ex-aliados de Bolsonaro têm discurso diametralmente oposto.


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