Guerra na Ucrânia: visita oficial de Lavrov coloca em xeque neutralidade do Brasil diante do conflito

 
A diplomacia brasileira terá muito trabalho para lidar com os efeitos colaterais das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia e a responsabilização dos Estados Unidos e da União Europeia pelo conflito que já dura mais de um ano.

É precipitado afirmar que o Itamaraty conseguirá tal proeza, pois as falas de Lula produziram reações negativas no cenário internacional, tendo agradado apenas a Xi Jinping e Vladimir Putin, presidentes da China e da Rússia, respectivamente.

Lula tem defendido que um acordo que ponha fim à guerra na Ucrânia seja negociado pelos países do G20, mas suas declarações colocaram em xeque a neutralidade do Brasil diante do conflito.

A situação tornou-se ainda pior com a chegada de Sergei Lavrov ao Brasil nesta segunda-feira (17). A visita oficial do chanceler russo e homem de confiança gerou desconfiança de parceiros do Brasil no Ocidente, como os Estados Unidos e países da União Europeia, alvos de críticas do petista no final de semana.

A viagem de Lavrov ao Brasil foi acertada em fevereiro passado, durante reunião do G20. A diplomacia brasileira terá de se esforçar para que a visita do chanceler russo não produza mais ruídos à sombra das declarações de Lula, algo considerado quase impossível.

 
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O Itamaraty informou que o encontro de Lula com Lavrov tem como objetivo a “parceria estratégica brasileiro-russa” e oportunidades de cooperação bilateral em diferentes áreas, além de fortalecer o diálogo político.

“A visita também será ocasião para tratar do conflito na Ucrânia. O Brasil tem defendido, nos foros internacionais e em contatos bilaterais, a cessação imediata de hostilidades e a importância de conjugar esforços diplomáticos que facilitem o alcance de solução pacífica negociada”, afirmou o Itamaraty, em nota sobre a chegada de Lavrov.

O presidente Lula insiste na neutralidade do Brasil diante do conflito, mas tudo indica que esse discurso foi pelos ares depois das descabidas declarações sobre a guerra, em que o petista defendeu que a Ucrânia recue para pôr fim à guerra.

A visita de Sergei Lavrov ocorre em momento delicado para Lula, pois a comunidade internacional já não exibe o mesmo ânimo com o Brasil como aconteceu após a vitória do ex-metalúrgico na corrida presidencial de 2022.


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