Como temos afirmado nas últimas matérias, repetindo o que fizemos ao longo de muitos anos, Luiz Inácio Lula da Silva é dono de invejável habilidade política, mas o presidente tem surpreendido a opinião pública com declarações e decisões que passam ao largo do bom-senso. Esse comportamento estranho é fruto da influência do núcleo duro palaciano, que tenta colocar o governo à sombra de ideologia radical e do revanchismo torpe.
Sem até o momento ter cumprido a promessa de pacificar o País, mergulhado na vala do discurso de ódio, Lula agora tenta desestabilizar o cenário internacional com falas que fogem à coerência. Em visita oficial à China e aos Emirados Árabes Unidos, o petista responsabilizou os Estados Unidos e a União Europeia pelo prolongamento da guerra na Ucrânia. Além disso, o presidente responsabilizou Kiev e Moscou pelo conflito, como se a guerra tivesse sido provocada pela Ucrânia.
Para piorar um quadro que gerou desconforto diplomático, Lula, horas após retornar ao Brasil, recebeu o chanceler russo Sergei Lavrov, homem de confiança do presidente Vladimir Putin e um dos grandes entusiastas do massacre imposto aos ucranianos. No encontro, Lavrov afirmou, sem ser contestado pela diplomacia brasileira, que Brasil e Rússia partilham da mesma visão sobre a guerra.
Depois da avalanche de críticas internacionais, o que obrigou o chanceler brasileiro Mauro Vieira a atuar nos bastidores, sem desapontar o Palácio do Planalto, Lula mudou o tom nesta terça-feira (18) e, de forma protocolar, leu um discurso escrito previamente pelo Itamaraty.
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Em sua fala, Lula afirmou estar preocupado com as consequências globais da guerra, como a escassez energética e de alimentos. Disse também ser urgente a criação de um grupo de países para negociar um acordo de paz entre ucranianos e russos, mas não foi enfático no tema como anteriormente.
A ideia de Lula é reunir países neutros em relação à guerra, mas depois de suas declarações a posição do Brasil é de fragilidade, além de incoerente, uma vez que o presidente responsabilizou a Ucrânia pelo conflito.
Como afirmamos acima, a reformulação do discurso de Lula sobre a guerra na Ucrânia foi meramente protocolar e incapaz de reduzir os estragos diplomáticos dos últimos dias. Depois do alinhamento a Moscou e Pequim, não sem antes desafiar a Casa Branca e a União Europeia, ultrapassa as fronteiras da irresponsabilidade acreditar que o presidente mudou de ideia.
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