Juiz declara Donald Trump e os filhos responsáveis por fraudes bilionárias

 
Um juiz de Nova York decidiu, na terça-feira (26), que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, cometeu fraude durante anos enquanto construía o império imobiliário que o catapultou para a fama e para a Casa Branca, além de determinar que algumas das empresas do político republicano sejam retiradas de seu controle e dissolvidas.

O juiz Arthur Engoron concordou com a procuradoria-geral de Nova York, que acusou Trump e diretores da Trump Organization, incluindo os filhos Donald Jr. e Eric, de inflacionar artificialmente durante anos o patrimônio da organização para obter melhores condições em empréstimos e outros benefícios econômicos.

Os imóveis cujos valores foram majorados incluem a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, a cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e vários edifícios de escritórios e campos de golfe, afirma a ação movida em setembro de 2022.

Na última semana, os promotores haviam solicitado um julgamento sumário parcial sobre a principal acusação do caso, a de fraude, deixando outros seis crimes a serem abordados no julgamento sem júri programado para a próxima segunda-feira.

Engoron considerou que a acusação, liderada pela procuradora-geral Letitia James, demonstrou que há responsabilidade por parte dos réus e ordenou que as licenças comerciais de todos em Nova York sejam canceladas.

 
Conglomerado de várias empresas

Nos próximos dez dias, os réus devem recomendar até três pessoas para administrar a dissolução das empresas relacionadas a essas licenças canceladas, de acordo com a decisão.

O conglomerado empresarial inclui várias empresas, imóveis residenciais e hotéis de luxo, passando por clubes de golfe.

Engoron avaliou que Trump fez declarações que triplicavam o tamanho real de seu apartamento na Trump Tower e que uma “discrepância de tal magnitude, por parte de um promotor imobiliário que exagera seu próprio espaço de vida por décadas, só pode ser considerada fraude”.

Em audiência realizada na última semana, o juiz já parecia se inclinar para os argumentos dos procuradores, que lembraram que, em um único ano, Trump turbinou seus ativos em US$ 2,2 bilhões.

Restringir a capacidade de Trump de fazer negócios no estado de Nova York era um dos objetivos da ação apresentada por James em 2022, que cobra uma multa de US$ 250 milhões, uma questão que deverá ser abordada no julgamento da próxima segunda-feira.

Engoron também rejeitou uma moção paralela da defesa de Trump, que pedia que todas as acusações fossem rejeitadas, e ordenou multas de 7.500 dólares para cinco advogados do ex-presidente.

 
Revés para a candidatura

A decisão representa um duplo revés judicial para Trump, que apesar de ser o claro favorito para conseguir a candidatura do Partido Republicano para a próxima eleição presidencial, enfrenta uma longa lista de processos nos próximos meses, o que pode complicar sua campanha à Casa Branca.

Além desse caso, que será julgado em menos de uma semana, Trump enfrentará quatro processos criminais separados no próximo ano, que abrangem 91 acusações criminais.

A maioria desses crimes está relacionada à acusação de guarda irregular de documentos confidenciais na mansão de Trump na Flórida (40 acusações) e a subornos a uma atriz pornô durante a campanha presidencial de 2016 (34 acusações).

Ele também enfrenta 13 acusações sob a lei estadual de extorsão na Geórgia por tentar reverter ilegalmente os resultados da eleição de 2020 e outras quatro acusações em Washington relacionadas à mesma questão, por suas falsas alegações de fraude eleitoral. (Com agências internacionais)


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