Lula chama de volta ao País embaixador em Israel; petista foi declarado “persona non grata”

 
O Ministério das Relações Exteriores decidiu trazer de volta ao Brasil o embaixador Frederico Meyer, responsável pela representação diplomática brasileira em Israel. A ordem foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a reação do governo israelense à sua fala no domingo (18).

Durante entrevista concedida em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula comparou o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, na guerra contra o grupo raical islâmico Hamas, ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.

A declaração do presidente brasileiro foi duramente criticada pelo governo de Israel e por entidades israelitas, que tentam minimizar o extermínio do povo palestino.

Nesta segunda-feira (19), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, convocou Frederico Meyer para reunião de reprimenda no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Lá, informou ao governo brasileiro que Lula seria “persona non grata” em Israel até se retratar das declarações.

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“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate”, escreveu Katz nas redes sociais.

Como ressaltamos em matéria anterior, genocídio é “extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso”. Foi o que aconteceu na Alemanha nazista, é o que acontece na Faixa de Gaza, gostem ou não os israelenses e os judeus.

A aquiescência criminosa das grandes potências (leia-se Estados Unidos e União Europeia) representa um sinal verde para que o criminoso governo de Israel, comandado por Benjamin Netanyahu, avance no plano de eliminação do povo palestino.

Na teoria da banalidade do mal, a filósofa alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975) concluiu que a maldade não se dá por causa da natureza de caráter ou de personalidade, mas sim pela incapacidade de julgar e conhecer as situações, os fatos, as estruturas e o contexto.

Disse Hannah Arendt: “Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.” Há legiões decididas a não pensar, seja por interesse próprio, seja por delinquência intelectual.


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