OTAN oficializa entrada da Suécia como país-membro da aliança militar

 
A Suécia tornou-se oficialmente, nesta quinta-feira (7), o 32º Estado-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), encerrando décadas de neutralidade adotada após a Segunda Guerra Mundial. A adesão foi formalizada em meio a preocupações com agressões da Rússia à Europa, na esteira da invasão russa da Ucrânia em 2022.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson (à esquerda na foto), e o secretário de Estado americano, Antony Blinken (ao centro), protagonizaram uma cerimônia em Washington na qual o instrumento de adesão da Suécia à aliança foi oficialmente entregue ao Departamento de Estado dos EUA.

“Este é um passo fundamental, mas ao mesmo tempo, muito natural”, afirmou Kristersson, durante a cerimônia. “É uma vitória da liberdade no dia de hoje. A Suécia fez uma escolha livre, democrática, soberana e unida de aderir à OTAN.”

Blinken observou que antes de o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar a invasão da Ucrânia, poucos poderiam esperar que a Suécia e a Finlândia fossem se juntar à aliança. Em sua opinião, “não há exemplo mais claro do que hoje da derrocada estratégica que a invasão russa de Putin na Ucrânia se tornou para a Rússia”, disse o secretário de Estado.

Kristersson se reunirá com o presidente Joe Biden e será convidado de honra na ocasião do discurso do líder americano sobre o estado da nação, em sessão conjunta do Congresso.

Uma nota oficial divulgada pela Casa Branca nesta quinta-feira afirma que a adesão da Suécia à aliança “deixará os Estados Unidos e nossos aliados ainda mais seguros”. “A OTAN é a mais poderosa aliança de defesa na história do mundo, e é hoje tão fundamental em garantir a segurança de nossos cidadãos quanto era há 75 anos, quando foi fundada em meio aos destroços da Segunda Guerra”, diz o comunicado.

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Fim da neutralidade

A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia fez com que a Suécia, assim como a vizinha Finlândia que aderiu à OTAN em 2023, abandonasse a neutralidade que caracterizou a política externa dos Estados nórdicos durante a Guerra Fria.

A adesão sueca, no entanto, enfrentou resistência da Turquia e Hungria, dois países-membros da OTAN. O governo turco havia criticado as autoridades do país nórdico pelo que chamou de “clemência” com os militantes curdos refugiados em seu território e exigiu a extradição de dezenas deles.

Após um amargo processo que durou mais de um ano e contou com uma série de exigências, o presidente turco, Recep Erdogan finalmente levantou seu veto à adesão da Suécia em julho de 2023, depois de Estocolmo tomar medidas contra grupos curdos considerados “terroristas” por Ancara.

“Apoiamos a expansão da OTAN a fim de melhorar os esforços de dissuasão da aliança. Esperamos que a atitude da Finlândia e da Suécia para o combate ao terrorismo sirva de exemplo para nossos demais aliados”, disse Fuat Oktay, presidente da comissão de relações exteriores do Parlamento, na ocasião da aprovação da adesão sueca à aliança.

As negociações com a Hungria levaram mais de um ano e meio. A resistência do premiê húngaro Viktor Orbán à entrada da Suécia na OTAN foi superada com a assinatura de um acordo bilateral no setor de armamentos. Estocolmo prometer vender quatro novos caças Gripen para reforçar a frota de 14 aeronaves já existente.


 
“Garantia máxima de segurança”

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, exaltou a adesão sueca. “Após mais de 200 anos de não alinhamento, a Suécia agora passa a gozar da proteção concedida pelo Artigo 5, a garantia máxima dos aliados de liberdade e segurança”, afirmou.

“A Suécia traz consigo Forças Armadas competentes e uma indústria de defesa de primeira categoria. A adesão sueca deixa a OTAN mais forte e toda a aliança mais segura”, acrescentou.

A Suécia tem uma força aérea e marinha modernas, com submarinos de ponta, feitos para atuarem no Báltico, e uma frota considerável de caças Gripen de fabricação própria – e que já foram vendidos ao Brasil. O país tem elevado seus gastos militares e deve atingir o patamar fixado pela OTAN de 2% do PIB ainda em 2024. (Com agências internacionais)


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