Após 50 dias de buscas, PF e PRF recapturam foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró

 
Quando as forças de segurança, por meio do Ministério da Justiça, anunciaram o fim da caçada aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a decisão era uma estratégia policial para deixar os criminosos agirem com mais desenvoltura, facilitando o monitoramento dos fugitivos e a consequente prisão.

A imprensa, sempre ávida por escândalos e informações sensacionalistas, optou por focar no fracasso da operação, destacando o montante de dinheiro público utilizado na tentativa de capturar os fugitivos.

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal informou que conseguiu prender os dois fugitivos – Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento – no município de Marabá, no Sudeste do estado do Pará. Um dos foragidos foi capturado pela PF, outro, pela Polícia Rodoviária Federal.

A operação envolveu o monitoramento de três veículos que, de acordo com as investigações, davam cobertura aos fugitivos. Seis pessoas foram presas nos três carros.

“Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento”, informou a PF em nota oficial.


 
O fato de as prisões terem ocorrido no Pará não surpreende quem conhece a região amazônica, que há muito é reduto de facções criminosas. Nas fronteiras do Tocantins, Maranhão e Pará, o crime organizado atua com impressionante liberdade. Criminosos agem em um estado e fogem para outro com facilidade, já que as fronteiras não são monitoradas adequadamente.

Integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, os fugitivos escaparam da penitenciária federal em circunstâncias que precisam ser esclarecidas, pois uma fuga dessa natureza não acontece sem a conivência de agentes penitenciários. Um buraco foi cavado no teto da cela e ferramentas foram deixadas na parte externa da unidade prisional, próximo ao alambrado que foi cortado e possibilitou a fuga.

Investigação da Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, não encontrou indícios de corrupção por parte dos agentes penitenciários.

A ausência de indícios de corrupção não descarta a conivência dos agentes penitenciários para com os fugitivos. Os agentes e familiares podem ter sido ameaçados por integrantes da facção criminosa, tática comum no terreno do crime organizado.


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