Com atraso, cúpula do governo defende em silêncio a demissão do ministro da Previdência Social

Em matéria publicada em 25 de abril, afirmamos que o presidente Luiz Inácio da Silva deveria demitir o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, por conta do escândalo dos descontos associativos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

A demissão é urgente e necessária, mas Lula poderia ao menos afastar o ministro enquanto a Polícia Federal conclui a apuração do caso, no escopo da Operação Sem Desconto.

É importante lembrar que no âmbito de caso menos grave, o então presidente Itamar Franco afastou Henrique Hargreaves do comando da Casa Civil, ao mesmo tempo em que deu à PF “carta branca” para investigar denúncias de corrupção. Tempos depois, sem que a PF tivesse encontrado qualquer indício de irregularidade, Hargreaves voltou ao posto mais forte do que antes.

A cúpula do governo tinha a expectativa de que Lupi pedisse demissão do cargo, mas o ministro resiste à ideia, talvez porque se deixar a pasta admitirá ser corresponsável pelo escândalo. Coube a Lupi indicar o agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido por ordem de Lula.

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Lupi também indicou o presidente anterior do INSS, Glauco Wamburg, exonerado em 2023 por suposto uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo.

O ministro da Previdência foi informado sobre as irregularidades em meados de 2023, mas somente em abril de 2024 é que o assunto foi discutido em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social. Desde então, o Conselho não mais abordou as fraudes no INSS.

Incomodados com o escândalo, os palacianos tratam o caso com cuidado por dois motivos. Lupi é presidente nacional do PDT, partido que integra a base aliada do governo Lula.

Cabe ao presidente da República decidir se demite Carlos Lupi ou deixa sangrar um governo que tenta recuperar os índices de aprovação.

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