Primeira morte por Covid-19 no Brasil mostra a irresponsabilidade das autoridades diante da doença

 
A primeira morte por Covid-19 confirmada no Brasil, ocorrida na cidade de São Paulo, em 16 de março, mostra a forma irresponsável como as autoridades do País estão lidando com uma doença desconhecida e que vem fazendo milhares de vítimas ao redor do planeta.

A vítima, um paulistano de 62 anos, que tinha diabetes e hipertensão, não viajou para o exterior e tampouco estava na lista dos casos confirmados do novo coronavírus. O paciente permaneceu internado durante seis dias em hospital particular da capital paulista, mas o teste para a Covid-19 só foi realizado após o óbito. A rede de hospitais teve mais quatro mortes em que há suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

Para piorar, os parentes da vítima também apresentaram sintomas semelhantes aos do novo coronavírus, mas até o momento não foram submetidos ao teste. A vítima manteve contato com o pai, de 83 anos, a mãe, de 82, o irmão, de 61, e duas irmãs, de 60 e 55.

Quando o UCHO.INFO, tão logo surgiu a informação do primeiro caso confirmado da Covid-19, noticiou que o sistema público de saúde agia com desdém diante da pandemia, não o fez por alarmismo, mas para alertar a população e o poder público sobre a importância de tratar o assunto com a devida responsabilidade, para que não se repetisse no Brasil o que vem ocorrendo na Itália, onde as autoridades ignoraram, de chofre, o perigo de uma doença contagiosa.

Que o Sistema Único de Saúde (SUS) é caótico e vive sob estado de falência quase permanente todo brasileiro sabe, mas é preciso que as autoridades reconheçam que o cidadão, de acordo com o que reza a Constituição, tem direito aos serviços de saúde. Considerando que a carga tributária brasileira é escorchante, é impossível aceitar uma contrapartida próxima de zero, principalmente em casos de pandemia.

 
Este portal acompanhou paciente que, com vários sintomas da Covid-19, buscou atendimento no pronto-socorro do Hospital São Paulo, na capital paulista, mas foi recepcionada por médicos que sequer sabiam como agir diante do problema. Em um quase jogo de empurra-empurra, a paciente ouviu dos médicos que havia contraído “gripe comum” e que deveria voltar para casa e evitar alarmismos. Para amenizar uma tosse constante, os médicos receitaram Codeína, mas sequer disponibilizaram o medicamento.

A paciente que tentou ser atendida no Hospital São Paulo continua doente, com pneumonia e em quarentena, sem que as autoridades de saúde tenham levado a sério um caso que pode ter gerado contaminações em escala.

Quando o presidente da República trata com deboche e piadas uma doença grave e contagiosa, que começa a fazer as primeiras vítimas fatais, não se pode esperar atitude diferente dos servidores da saúde, até porque os marinheiros atendem às ordens do comandante, mesmo que esse seja um irresponsável confesso.

O UCHO.INFO denunciou o caso ao Ministério da Saúde, que, de acordo com mensagem enviada por e-mail, abriu procedimento interno para apurar o objeto da nossa matéria, mas tudo não passa de mera formalidade, já que o Brasil continua ostentando o status de “paraíso do faz de conta”.

A Ouvidoria do SUS enviou ao UCHO.INFO e-mail com login e senha para acompanhar o processo de apuração, mas a página do órgão na internet está sempre inacessível. Talvez a inacessibilidade seja pelo volume de reclamações, talvez seja estratégia para que o cidadão desista de reclamar.