Nova Zelândia prorroga “lockdown” em Auckland, maior cidade do país

 
O governo da Nova Zelândia anunciou nesta sexta-feira (14) que prolongará por mais 12 dias o “lockdown” em Auckland, maior cidade do país, para combater um novo surto de Covid-19.

A primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, disse que a medida é necessária para que a origem do “surto seja identificada e isolada”. Desde terça-feira (17), o governo identificou 29 casos de transmissão local, quase todos em Auckland, que fizeram as autoridades decretar um novo confinamento na cidade de cerca de 1,7 milhão de habitantes.

Os primeiros quatro casos, envolvendo uma só família, quebraram uma sequência de 102 dias sem infecções domésticas identificadas no país. Nos últimos dias, também foram identificados dois novos casos em Tokoroa, a cerca de 200 quilômetros de Auckland. Segundo Ardern, o governo foi capaz de identificar o novo surto “relativamente rápido”.

As medidas prorrogadas em Auckland estão inseridas em nível de alerta 3, que estabelece o fechamento de restaurantes e instrui as pessoas a ficarem em casa. O governo afirma que não contempla ainda passar para o nível 4, o mais alto, que limita ainda mais as restrições, restringindo severamente viagens e aconselhando que as pessoas armazenem suprimentos.

“Tirar as restrições agora e ver uma explosão de novos casos é a pior coisa que poderíamos fazer por Auckland e nossa economia”, disse a premier.

Considerada como exemplo pelo seu vigor em combater a pandemia do novo coronavírus, a Nova Zelândia só vinha registrando alguns poucos casos importados nos últimos meses.

Após o novo surto, além de isolar Auckland, o governo também voltou a impor novas restrições ao país, como quarentenas em lares de idosos e proibições de grandes eventos. Essas medidas já haviam sido impostas no início da pandemia e retiradas após o recuo de casos no país, em junho.

 
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Na quinta-feira, Jacinda Ardern afirmou que a situação “deve piorar antes de melhorar” no país. “Mais uma vez, somos lembrados de como esse vírus é ardiloso e como pode se espalhar facilmente”, disse a primeira-ministra. “Agir de maneira dura e cedo ainda é o melhor curso de ação.”

As autoridades de saúde ainda investigam qual foi a fonte original do novo surto. Uma suspeita levantada na quarta-feira envolveu uma empresa de refrigeração de alimentos chamada Americold. Um dos quatro infectados originais trabalha na firma, localizada na região leste de Auckland. No total, três funcionários da empresa testaram positivo para o novo coronavírus. Sete parentes desses funcionários também foram infectados.

Membros do governo chegaram a levantar a possibilidade de que vírus tenha sido introduzido na empresa por meio de uma carga vinda de outro país. No entanto, o diretor-geral de Saúde neozelandês, Ashley Bloomfield, disse nesta quinta-feira considerar esse cenário “bastante improvável”.

Já o vice-primeiro-ministro Winston Peters disse a uma emissora de televisão da Austrália que recebeu informações não oficiais de que o surto está ligado a uma violação de quarentena de um caso importado. No entanto, Ardern apontou que não há comprovação de eventual falha no sistema.

A Nova Zelândia, com uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, teve pouco mais de 1,5 mil casos confirmados dedo novo coronavírus desde fevereiro. Antes do novo surto, o último diagnóstico local havia sido identificado em 1° de maio. Ao todo, 22 pessoas morreram no país.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a reação do país de exemplar por “eliminar com sucesso a transmissão na população”.

No início da pandemia, a Nova Zelândia fechou suas fronteiras e impôs uma quarentena estrita de um mês de duração logo após o início do primeiro surto. O primeiro caso no país foi detectado em 28 de fevereiro de 2020. (Com agências internacionais)

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