Em seu informe epidemiológico semanal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira (27) que a variante da Covid-19 (P.1) identificada originalmente no Brasil, mais precisamente no estado do Amazonas, já está em ao menos oito países, entre os quais Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão.
O documento da OMS destaca que a transmissão acelerada no Brasil a partir da nova cepa causa preocupação, mas novos estudos são necessários “para avaliar se há alterações na transmissibilidade, gravidade ou atividade neutralizadora de anticorpos como resultado destas novas variantes”.
Mesmo assim, a OMS informa que investigações preliminares em Manaus apontaram aumento na proporção de casos pela nova cepa, de 52,5% em dezembro do ano passado para 85,4% do total de casos em janeiro deste ano, na capital do Amazonas.
“No Brasil, onde a variante foi inicialmente identificada além da detecção em um grupo de viajantes do Brasil para o Japão, o número de novos casos semanais nas últimas duas semanas é relatado em níveis mais elevados em comparação com o de setembro a novembro de 2020, e novas mortes semanais aumentaram desde o início de novembro de 2020″, ressaltou a entidade.
A OMS também cita no boletim as outras duas variantes do novo coronavírus que estão em circulação: a britânica e a sul-africana. A cepa identificada no Reino Unido está presente em 70 países (em todas as seis regiões da OMS), dez a mais do que na semana anterior.
Segundo a OMS, no Reino Unido a nova cepa do coronavírus demonstrou maior transmissibilidade em comparação com as variantes que circulavam anteriormente. Já a cepa sul-africana foi identificada em 31 países em cinco das seis regiões da OMS, oito a mais do que no levantamento anterior.
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. São Paulo confirma três primeiros casos de Covid-19 com variante originária do Amazonas
Variante amazonense em SP
Na terça-feira (26), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou os três primeiros casos em território paulista da nova variante identificada em Manaus. É a primeira vez que a variante é identificada em outro estado brasileiro.
A presença da nova variante foi detectada em amostras dos três pacientes que tiveram Covid-19 e foram atendidos na rede pública de saúde em São Paulo. Todos têm histórico de viagem ao Amazonas ou residem em Manaus.
De acordo com a secretaria, os vírus sequenciados são da linhagem P.1 e possuem mutações em posições do gene que codifica a proteína “spike”, responsável pela maneira como o vírus se liga às células do corpo humano.
Apesar dos indícios de que mutações na proteína “spike” podem facilitar a propagação do novo coronavírus, ainda não há comprovação científica de que a variante de Manaus seja mais transmissível em comparação à versão do vírus que predomina no País.
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