Calor político – No dia em que diversas cidades brasileiras enfrentaram as temperaturas mais baixas do ano, o tempo esquentou em Brasília, mais precisamente na Câmara dos Deputados. Vice-presidente da Câmara, a deputada federal capixaba Rose de Freitas, do PMDB, comandava uma sessão em que os parlamentares discutiam os destaques à Medida Provisória, que flexibiliza a contratação de obras para a copa de 2014, quando decidiu deixar a presidência dos trabalhos.
Rose de Freitas alegou que foi desrespeitada por deputados da oposição, que protestaram contra a tentativa da deputada de colocar em votação a matéria que ainda estava em discussão. O entrevero causou uma enorme discussão no plenário da Câmara, com a bancada feminina e deputados da base aliada prestando solidariedade à deputada do PMDB capixaba. Após ser substituída pelo presidente da Casa, deputado Marco maia (PT-RS), Rose de Freitas disse que só voltará a dirigir uma sessão quando seus pares compreenderem que ela [Rose] precisa ser respeitada.
Acusado de destratar a deputada Rose de Freitas, o líder do Democratas, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), negou ter desrespeitado a colega de parlamento, alegando que apenas cobrou o cumprimento do regimento interno da Câmara. “Não venham com esta história de preconceito porque eu não admito isso”, declarou ACM Neto. “Estaria eu sendo eu discriminatório se agisse com ela diferente da forma como ajo com outros”, completou o parlamentar baiano.
As rusgas que marcam a MP 527 não devem acabar tão cedo, pois governistas e oposição devem travar verdadeira quebra de braço antes de a matéria vencer os obstáculos regimentais e chegar à votação.