Magno Martins, do Blog do Magno Martins –
A versão oficial do Governo de Pernambuco sobre a locadora contratada pela deputada Ana Arraes é igual a uma estorinha de Trancoso, para inglês ver. Seria cômico se não fosse trágico o próprio governador Eduardo Campos, na nota enviada à mídia, afirmar ser “mero esquecimento” o fax da empresa levar a sua assinatura.
Ele diz que deu um aparelho de celular particular a Esmerino Ferreira, pai de Renata, a dona da locadora, filiada ao PSB. O governador não explicou, por exemplo, por que a empresa não tinha veículos no início e usava carros da família, por conta das dificuldades para obter financiamento. Até que, no ano seguinte, ganhou o contrato do Governo de Pernambuco.
Com um capital social de apenas R$ 8 mil, a BSB Locadora já faturou mais de R$ 540 mil de verbas públicas, dos quais R$ 210 mil do Governo de Pernambuco na atual gestão e outros R$ 93 mil do gabinete de Ana Arraes. Recebeu, ainda, R$ 40 mil do PSB nacional, de acordo com notas fiscais que a Folha de São Paulo obteve, de 2009.
Nos quatro dias em que o jornal foi até a locadora, na cidade satélite de Samambaia, a sala estava trancada por uma porta de vidro. Dentro há uma mesa, um computador antigo e um telefone, além colchões velhos e material para festas infantis.
A placa na fachada registra um telefone celular, que não existe há quase um ano, e um email, do qual a reportagem não obteve resposta.Os vizinhos dizem que a empresa vive fechada e que só trabalha para políticos. São explicações, sem respostas, que a sociedade cobra e exige.
Um dos personagens envolvidos no escândalo da locadora do PSB, o motorista Esmerino Ferreira, pai da suposta dona da empresa, mora numa cidade satélite de Brasília.
O conheci, desde quando Arraes chegou ao Governo de Pernambuco pela terceira vez, em 1994, trabalhando para o ex-cacique. Desconheço que sua família tenha descoberto uma botija e se afortunado nos últimos anos a ponto de abrir uma locadora, com carros de luxo. Muito menos sua filha.