Vitrola parada – O juiz da 3ª Vara Cível de João Pessoa, na Paraíba, concedeu uma liminar favorável às estudantes Amanda Borba Cavalcanti, Maria Eduarda Lucena dos Santos e Marcella Quinho de Ramalho, que alegam ser co-autoras da música “Ai Se Eu Te Pego”, sucesso nacional que ganhou o planeta na voz de Michel Teló.
Com a decisão judicial, que é passível de contestação, estão temporariamente bloqueados os valores arrecadados com a venda ou distribuição da música. A canção, segundo as estudantes, teria sido criada durante uma viagem à Disney, nos Estados Unidos, sendo mais tarde descoberta e registrada pela cantora baiana Sharon Acioly.
O magistrado determinou que os envolvidos no faturamento apresentem um balanço contábil da música. “Concedo a medida cautelar para determinar que os 1º, 2º, 3º, 4º e 5º promovidos – Editora Musical Panttanal Ltda, Sharon Acioly, Antônio Diggs, Teló Produções Ltda e Michel Teló apresentem balanço contábil de faturamento com a música “Ai se eu te pego”, consignando judicialmente a receita/lucro, mantendo o crédito indisponível até o trânsito em julgado da presente demanda”, destacou o juiz.
A medida, se confirmada mais adiante, tem efeito retroativo, o que significa que em caso de vitória as autoras elas terão direito a participação nos lucros desde que a música foi gravada. Durante esse período, o dinheiro ficará em uma conta à disposição da Justiça até que a decisão final seja tomada.
Em um primeiro momento, as estudantes reivindicaram a autoria de apenas um trecho da música entoada por Michel Teló. Por conta disso, a cantora Sharon Acioly concordou em dar um percentual dos lucros às jovens paraibanas.
Cada cidadão tem o direito de pleitear na Justiça aquilo que entende como certo, mas é desanimador que uma obra de gosto duvidoso conquiste as paradas de sucesso e seja capaz de patrocinar uma disputa provavelmente milionária. Quando um país vira as costas para a cultura e a educação, não há como falar de futuro.