Mistério nos bastidores – A repentina viagem de Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela, à capital cubana, onde o ditador bolivariano Hugo Chávez se recupera da quarta cirurgia para a retirada de um tumor na região pélvica é estranha e repleta de mistério.
Chávez, que enfrenta a doença diagnosticada há quase dos anos, foi submetido a cirurgia de emergência no último dia 11 de dezembro, depois de um breve retorno a Caracas. Na ocasião, informações sobre as reais condições de saúde de Hugo Chávez apontavam uma metástase, com o risco de os tumores pressionarem a coluna cervical e provocar problemas neurológicos graves no tiranete venezuelano.
Juntamente com Nicolás Maduro, seguiu para Havana a procuradora-geral da Venezuela, Cilia Flores, o que denota que a situação de Chávez é mais grave do que tem sido anunciado. Após a recente cirurgia, membros da família de Chávez decidiram ir a Cuba para visitar o coronel-paraquedista que está no poder desde 1999 e foi reeleito para mais um mandato de seis anos. A posse está marcada para 10 de janeiro, mas poderá ser adiada. Essa manobra, que foi admitida por autoridades venezuelana há dias, explica a presença da procuradora-geral na ilha caribenha.
De acordo com o jornalista Casto Ocando, da rede de televisão Univisón, com sede em Miami, informações do setor de inteligência da Colômbia confirmam que o estágio do câncer de Hugo Chávez é “terminal”.
A mensagem postada por Ocando no microblog que mantém no Twitter ratifica declarações de oncologistas, que há duas semanas afirmaram que Chávez está com sarcoma, tipo de câncer que atinge tecidos de conexão.
Recuperação complexa e perigosa
Oncologista da Universidade da Califórnia, em São Francisco, Thierry Jahan classificou como extremamente perigoso o processo de recuperação da última cirurgia de Hugo Chávez.
De acordo com o médico, após o procedimento cirúrgico aumenta sobremaneira a possibilidade de infecções que evoluam para septicemia (infecção generalizada que pode causar a morte), assim como o surgimento de coágulos, hemorragia gastrointestinal e elevação do aumento de açúcar no sangue, o que provoca diabetes.
Jahan destacou que o combate às infecções se dá por meio do uso excessivo de anti-inflamatórios esteroides, o que leva ao enfraquecimento muscular.
Sarcoma
Trata-se de um tipo de câncer que atinge células da mesoderme, podendo se desenvolver nos ossos, cartilagens, gordura, músculos, vasos sanguíneos ou tecidos moles. A palavra sarcoma é de origem grega e significa “crescimento carnoso”.
Os sarcomas são considerados pelos médicos como os que mais produzem metástase e, por consequência, os mais perigosos e difíceis de serem tratados.
Pacientes com sarcoma geralmente não se sentem doentes e podem ter pouca ou nenhuma dor. De tal modo, não consideram o fato de que essa massa pode representar uma doença letal. Isso leva o paciente a procurar ajuda médica quando o sarcoma está em grau avançado e perigoso. Dores ocorrem quando o sarcoma está localizado em regiões desconfortáveis ou sensíveis do corpo humano