Fora do script – Há meses fugindo dos jornalistas brasileiros, a quem evita dar explicações sobre o envolvimento de sua namorada, Rosemary Noronha, na Máfia dos Pareceres, o lobista messiânico Luiz Inácio da Silva ensaiou novo retorno à cena política nacional, mas o episódio do Bolsa Família estragou seus planos.
Lula, que nos últimos dias esteve na Argentina para salamaleques encomendados e antecipadamente ensaiados com a mandatária local, Cristina Fernández de Kirchner, foi agraciado com oito títulos de doutor honoris causa concedidos por universidades do país sul-americano.
Beira a irresponsabilidade pensar que um governante que protagonizou o período mais corrupto da história do seu país e arruinou a economia, com direito ao retorno da temida e nefasta inflação, consiga convencer um grupo de acadêmicos sobre sua suposta excelência na administração pública.
Artífice maior do Mensalão do PT, Lula é um apedeuta convicto e avesso à leitura, mas como verdadeiro animal político retoma o projeto camaleônico que o transformará novamente em um factóide da pior estirpe. O lado preocupante dessa empreitada não está nas descabidas e irresponsáveis honrarias que o ex-metalúrgico recebeu nos últimos dias, mas no efeito que isso tem na sociedade, que verá um amontoado de ignaros acreditando ser descendentes de conhecidos gênios.