Mais do mesmo – O partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Likud, venceu a eleição parlamentar antecipada em Israel, após uma disputa acirrada com a oposição moderada liderada por Isaac Herzog. Com quase a totalidade dos votos apurados na manhã desta quarta-feira (18), os resultados indicam que o partido governista Likud conquistou 30 cadeiras no Knesset, constituído por 120 parlamentares, enquanto a União Sionista, de Herzog, ficou em segundo lugar, com 24 cadeiras.
Pesquisas de boca de urna apontavam uma disputa apertada, com 27 cadeiras para cada lado, mas a situação tomou novos contornos durante a apuração, realizada durante a noite. “Contrariando as expectativas, conseguimos uma grande vitória para o Likud”, festejou o premiê em seu discurso da vitória, em Tel Aviv.
O êxito foi celebrado pelos partidários de Netanyahu, até porque a eleição era vista como um referendo sobre o governo do primeiro-ministro. Herzog reconheceu a derrota e parabenizou Netanyahu pela conquista de seu terceiro mandato consecutivo, mas evitou falar sobre possíveis alianças políticas.
Netanyahu prometeu formar um novo governo durante as próximas semanas e disse que já iniciou conversas com os seus aliados, os partidos nacionalistas e os ultra-ortodoxos, de cujo apoio ele precisará para formar uma coalizão majoritária no Knesset.
Acima de tudo, o premiê deverá angariar o apoio do partido Kulanu, liderado pelo ex-ministro das Comunicações e ex-membro do Likud Moshé Kahlon, que conquistou dez cadeiras no Parlamento e se tornou, assim, decisivo para uma futura coalizão governista.
Apelos na reta final
O premiê fez da segurança o tema principal de sua campanha, afirmando que ele é o único capaz de proteger Israel da ameaça nuclear do Irã, e assegurou que jamais permitirá que os palestinos estabeleçam uma capital em Jerusalém Oriental.
Num apelo de última hora à direita israelense, pouco antes do início da votação, Netanyahu descartou a possibilidade de permitir a criação de um Estado palestino, renegando o endosso que havia feito em 2009 para uma solução de dois Estados na região. Seu adversário, Herzog, havia repetidamente defendido a criação de um Estado palestino.
No dia da eleição, Netanyahu apelou aos simpatizantes do Likud para que fossem aos locais de votação no intuito de se contrapor ao alto comparecimento dos árabes israelenses. “O mandato da direita está em perigo. Os eleitores árabes estão comparecendo em peso aos locais de votação”, alertou o premiê num vídeo.
Após a virada na reta final da campanha, Netanyahu está seguro de que será o líder partidário a ser indicado pelo presidente Reuven Rivlin para a formação de um novo governo, após a publicação oficial dos resultados, prevista para esta quinta-feira.
O sistema eleitoral israelense prevê que o primeiro-ministro não seja necessariamente o líder do partido que angariou mais votos, mas aquele que conseguir formar uma coalizão majoritária com ao menos 61 cadeiras no Parlamento. (Com agências internacionais)