Oposição diz que PT e Dilma Rousseff não reúnem condições para propor pacto e reafirma união

(Bruno Domingos - Reuters)
(Bruno Domingos – Reuters)
Reação em cascata – Os partidos de oposição na Câmara dos Deputados divulgaram, nesta quinta-feira (20), nota conjunta (leia íntegra abaixo) em que afirmam que estarão unidos na busca de soluções para a crise política, ética e econômica em que o Brasil está mergulhado e que estarão juntos seja qual for a medida que tenha de ser tomada. Também frisam que o Partido dos Trabalhadores e o governo de Dilma Vana Rousseff não têm as condições éticas e políticas necessárias para propor qualquer pacto para tirar o País da crise.

“Qualquer que seja o resultado das investigações em curso – impeachment, cassação do diploma – e também em caso de renúncia, a Oposição estará unida e tem consciência da sua responsabilidade para com o Brasil”, destaca trecho da nota.

Para a oposição, “a doação de R$ 7,5 milhões de origem ilícita para a campanha presidencial petista de 2014 e a entrega de R$ 10,5 milhões, também de origem criminosa, na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo – subtraem do PT e do governo Dilma as condições éticas e políticas necessárias para a proposição de qualquer pacto, entendimento ou caminho para a solução dessas múltiplas crises, que penalizam fortemente os brasileiros”.

Os líderes do PPS, Rubens Bueno, do PSDB, Carlos Sampaio, do DEM, Mendonça Filho, do SD, Arthur Maia, do PSC, André Moura e da Minoria, Bruno Araújo, também afirmam no comunicado “que procurarão, ao lado de representantes dos movimentos sociais, da sociedade organizada e de parlamentares que se identificam com essas preocupações, saídas para o caos que se avoluma, pois entendem ser esta, também, uma das obrigações do Parlamento brasileiro”.

Confira abaixo a íntegra da nota divulgada pelos partidos de oposição na Câmara:

“Ao longo da história, a Câmara dos Deputados tem sido palco de importantes avanços e contribuições para a sociedade brasileira em momentos decisivos da vida nacional.

Sendo assim, diante das gravíssimas crises econômica, política e ética em que o governo do PT colocou o Brasil e da irreversível perda de condições, por parte da presidente da República, em conduzir o país, os Partidos de Oposição compartilham da mesma preocupação e da necessidade de unir suas forças para buscar alternativas capazes de superar tais crises.

Partilham, também, da convicção de que a notória incapacidade do PT em contornar a recessão econômica, a mais grave na história republicana, impossibilita o governo da presidente Dilma de buscar alternativas para colocar o país na trajetória do crescimento.

Há também a clareza de que a gravidade de fatos tornados públicos – como, por exemplo, a doação de R$ 7,5 milhões de origem ilícita para a campanha presidencial petista de 2014 e a entrega de R$ 10,5 milhões, também de origem criminosa, na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo – subtraem do PT e do governo Dilma as condições éticas e políticas necessárias para a proposição de qualquer pacto, entendimento ou caminho para a solução dessas múltiplas crises, que penalizam fortemente os brasileiros.

Não obstante, apurações ocorrem simultaneamente em Cortes importantes, como o TSE e o TCU, que em acórdão já comprovou a prática das “pedaladas fiscais”, o que configura crime de responsabilidade.

Portanto, qualquer que seja o resultado das investigações em curso – impeachment, cassação do diploma – e também em caso de renúncia, a Oposição estará unida e tem consciência da sua responsabilidade para com o Brasil.

Diante desse quadro e em sintonia com o que externaram as manifestações em todo o país, os Partidos de Oposição na Câmara anunciam que procurarão, ao lado de representantes dos movimentos sociais, da sociedade organizada e de parlamentares que se identificam com essas preocupações, saídas para o caos que se avoluma, pois entendem ser esta, também, uma das obrigações do Parlamento brasileiro.

Brasília, 20 de agosto de 2015.

Carlos Sampaio
Líder do PSDB

Bruno Araújo
Líder da Minoria

Mendonça Filho
Líder do DEM

Rubens Bueno
Líder do PPS

Arthur Oliveira Maia
Líder do SD

André Moura
Líder do PSC”

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