Ministro quer punir faculdades de Medicina, mas governo ignora falta de políticas públicas para o setor

Hora da morte – No ano de 2006, semanas antes de embarcar na campanha pela reeleição, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse, com doses extras de uma certeza mentirosa, que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Na ocasião, os jornalistas do ucho.info contestaram a declaração de Lula, pois até hoje é sabido que a saúde no País é um fiasco digno de países subdesenvolvidos. Meses depois daquela declaração, o ex-metalúrgico foi obrigado a reconhecer que mentira, o que não é novidade para aqueles que acompanharam de perto a passagem de Lula pelo Palácio do Planalto.

Arrecadando cada vez mais impostos, mas se negando a cortar gastos, o governo federal falha sistematicamente ao não dar ao contribuinte a contrapartida daquilo que fatura. Sem nenhum tipo de política pública voltada para o ensino, o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, decidiu aumentar o número de médicos no Brasil. Uma tarefa difícil e que deveria ter começado há muito tempo.

Aumentar o número de médicos só é possível com o ingresso de novos alunos nas faculdades de Medicina, curso que em algumas cidades brasileiras chega a custar incríveis R$ 7 mil mensais. De nada adianta essa ação conjunta dos ministérios da Educação e da Saúde se o governo não adotar uma política voltada para o setor. O descaso oficial em relação ao tema explica a alta concentração de profissionais da Medicina nas regiões Sul e Sudeste.

Na maior cidade brasileira, São Paulo, existe um médico para cada 260 habitantes. Uma média invejável, pois em algumas cidades do País a situação é aviltante e caótica. Mesmo com essa confortável relação médico/habitante, em algumas regiões da capital paulista, em especial na periferia, faltam médicos.

A primeira medida a ser adotada pelo governo federal em relação às escolas de Medicina é fiscalizar a qualidade do ensino, exigindo das faculdades um padrão mínimo de qualidade. O que se deve fazer, mas o ministro Fernando Haddad (Educação) insiste na tese, é fechar faculdades. A continuar assim, Luiz Inácio da Silva permanecerá na galeria dos maiores mitômanos do planeta. Como disse certa vez o próprio Lula, “nunca antes na história deste país”.