Integrante da oposição pedirá informações sobre compra de sistemas de defesa da Rússia

pantsir-s1_01Muito estranho – O deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, anunciou no domingo (24) que ingressará com requerimento de informações na Comissão de Relações Exteriores da Casa para que o Ministério da Defesa esclareça a compra de sistemas de defesa da Rússia.

Em sua mais recente edição, a revista Veja denuncia que a transação é desfavorável ao Brasil. A publicação classificou a transação de “péssimo negócio” para o país e informou que o Iraque adquiriu os mesmos equipamentos por um quarto do preço que o Brasil pretende pagar. Termo de compromisso de compra foi assinado em outubro pelos ministros da Defesa russo e o brasileiro, Celso Amorim.

“Queremos saber o valor que será pago por esses equipamentos, qual será a efetiva utilização deles no nosso país e o parecer técnico das Forças Armadas sobre a aquisição”, disse o líder.

Pelo acordo assinado por Amorim, a Rússia venderá ao Brasil três sistemas de defesa antiaérea modelo Pantsir-S1. Cada um dos sistemas disponibiliza seis veículos lançadores terra-ar.

Conforme apurou a revista, os militares brasileiros desaprovam a aquisição do arsenal russo. Por trás da compra da tecnologia cara está o déficit na balança comercial entre os dois países, desfavorável ao Brasil, que exporta para a Rússia carne bovina, suína e de frango. Esses produtos sofrem constantes embargos por parte do governo russo por causa de padrões sanitários.

O sistema antiaéreo Pantsir-S1 não atende às especificações das Forças Armadas brasileiras, que há cinco anos pleiteiam um bom conjunto de baterias antiaéreas. A revista Veja informa ainda que as Forças Armadas distribuíram a trinta fabricantes estrangeiros um relatório com as especificações desejadas para o equipamento, dentre elas, compatibilidade com os radares usados no Brasil, com o espaço nos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) e alcance de 30 quilômetros. O modelo russo não atende esses requisitos.

“Pagaremos um preço aviltante por um equipamento que nem sequer poderá ser integrado ao nosso sistema de comunicação militar”, disse a Veja um oficial do Exército que participou das discussões sobre as necessidades da artilharia antiaérea.