Advogados, empresários e professores são a maioria dos 513 deputados federais

Poucos policiais – Levantamento realizado pela “Agência Câmara de Notícias” aponta que um terço dos deputados eleitos trabalha nas áreas de Direito, Saúde ou Educação. De acordo com a pesquisa, ao todo 177 parlamentares são profissionais de uma das três áreas. O levantamento utilizou apenas a profissão definida pelo deputado como principal, já que muitos deles cadastraram de duas a cinco profissões.

Dos 513 deputados que tomam posse nesta terça-feira, 1º de fevereiro, 78 têm formação em Direito. Eles se identificam como advogados (67), bacharéis em Direito (5) e procuradores (3), além de um defensor público, um juiz e um serventuário da Justiça.

O segundo maior grupo na nova Câmara é formado por 50 profissionais da área de Saúde. Ao todo, 41 médicos, seis dentistas, uma enfermeira, um fisioterapeuta e um psicólogo vão exercer o mandato.

Outro grupo expressivo é composto por profissionais de Educação. A partir de hoje, serão 49 parlamentares com atuação na área: 46 professores (21 deles universitários) e três pedagogos.

A quarta maior bancada por área de atuação profissional é a dos empresários. A Câmara contará com 45 deles, sendo que quatro se definem como “industriais”.

Agropecuaristas (18) e agrônomos (15) formam juntos uma bancada de profissionais do campo, a quinta maior, com 33 representantes. Não se deve, no entanto, confundir esse grupo com a chamada “bancada ruralista”, que pode incluir deputados com outras profissões, mas que também têm interesse em temas rurais.

Em seguida vêm os administradores, com 30 deputados, e os engenheiros (29). No caso desta última categoria, eles se subdividem em 16 engenheiros civis, seis eletricistas, três mecânicos, um engenheiro aeronáutico e ainda três deputados eleitos que se declararam apenas “engenheiros”.

Um grupo expressivo de 29 parlamentares eleitos não informou sua área de atuação. Outros 26 são servidores públicos, 24 são economistas, 20 são comunicadores (sendo cinco jornalistas) e 15, comerciantes.

Entre os menores grupos, existem ainda dez trabalhadores da indústria (três metalúrgicos), oito religiosos, sete bancários, seis veterinários e seis profissionais da área de segurança (cinco delegados de polícia e um militar).

A maioria dos deputados (383) tem no mínimo o curso superior concluído; 14 não concluíram o ensino básico; 88 têm apenas o ensino médio, e 16 optaram por não informar seu nível.


Muitos têm experiência política e alguns são parentes de parlamentares

(*) Carolina Pompeu, do Jornal da Câmara –

Dos 513 deputados federais que tomam posse nesta terça-feira (01), a maior parte foi reeleita (já estavam na Câmara na data da eleição) ou já teve alguma experiência em cargos eletivos no Executivo ou no Legislativo. Mas 61 deles, ou 11,9% do total, nunca exerceram qualquer cargo eletivo. Proporcionalmente à quantidade de vagas, é na região Centro-Oeste em que está a maioria dos novatos (17,1%). Já no Sul apenas 6,5% nunca foram eleitos antes.

Os novatos, contudo, não são tão iniciantes assim. Cerca de dois terços (40) já tiveram contato direto com a política – são parentes de políticos, já exerceram cargos públicos não eletivos no Executivo ou acumulam essas duas experiências. Quase um terço (19) é de empresários; os religiosos representam 11,5% (7) dos novatos; e os representantes de movimentos sociais, como de organizações não governamentais, somam 9,8% (6) do total. A soma das categorias ultrapassa os 61 novatos porque
alguns deles fazem parte de mais de um grupo.

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) nunca havia se candidatado e, na primeira tentativa, recebeu mais de 220 mil votos. Ele é irmão de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), eleito deputado federal por cinco vezes consecutivas e nomeado ministro no último governo. Segundo Lúcio, o sobrenome foi fundamental para o resultado: “A população já conhece o perfil de atuação da nossa família”. O deputado eleito também garante que o histórico político familiar vai facilitar o exercício do mandato. “Eu já inicio o mandato com amizades no Congresso e conhecimentos sobre o funcionamento da Câmara. Dessa forma, ganho tempo, já que não preciso passar por um período de aprendizagem sobre a burocracia da Casa”, espera.

O exercício de cargos não eletivos também garantiu a boa parte dos novatos contato anterior com a política. É o caso de Zé Silva (PDT-MG), funcionário de carreira da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) – vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do estado – e presidente da empresa entre 2003 e 2010. A chefia do órgão, segundo Zé Silva, garantiu duas vantagens: capacidade de gestão e notoriedade. A primeira serviu para criar estratégias de campanha, já a segunda assegurou boa parte dos mais de 110 mil votos conquistados logo na primeira candidatura.

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), cerca de 48% dos 513 deputados eleitos no ano passado são empresários. Um exemplo é Nelson Padovani (PSC-PR), que atua nos setores imobiliário e agrícola e foi eleito deputado após a segunda tentativa. Para ele, a falta de experiência no setor público é compensada pela prática empresarial. “Estar à frente de projetos que se consolidaram e cresceram nos últimos anos propiciou o aprendizado sobre as transições econômicas pelas quais já passamos, sobre